Putin acusa Ocidente de "dificultar o desenvolvimento" da Gazprom
O setor de gás russo foi duramente atingido pelas sanções europeias e americanas
O presidente russo, Vladimir Putin, denunciou nesta sexta-feira (17) as "tentativas diretas" do Ocidente de "dificultar o desenvolvimento" da gigante do gás Gazprom, objeto de sanções internacionais há um ano.
"Apesar da concorrência desleal, para ser franco, e das tentativas diretas do exterior de dificultar e desacelerar seu desenvolvimento, a Gazprom segue em frente e lança novos projetos", disse Putin em um discurso em vídeo pelo 30º aniversário da empresa.
O setor de gás russo foi duramente atingido pelas sanções europeias e americanas em retaliação à intervenção militar do Kremlin na Ucrânia.
As exportações de gás caíram 25,1% em 2022, segundo dados oficiais, e a União Europeia, que era o maior cliente de gás da Rússia, reduziu drasticamente suas importações no ano passado.
Embora os europeus tenham praticamente parado de importar gás russo por meio de gasodutos, eles continuam comprando gás natural liquefeito (GNL), que é transportado por mar em navios-tanque.
Diante de um mercado europeu praticamente fechado, a Gazprom, que detém o monopólio das exportações russas de gás por gasoduto, iniciou uma mudança estratégica ao redirecionar parte de suas exportações para a Ásia.
No ano passado, os envios de gás para a China através do gasoduto da Força Siberiana, no Extremo Oriente da Rússia, atingiram um recorde histórico, anunciou o vice-primeiro-ministro de Energia da Rússia, Alexander Novak, na segunda-feira.