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Novas buscas domiciliares na França em investigação sobre campanha eleitoral de Macron

Na última campanha presidencial, um relatório do Senado, controlado pela oposição de direita, gerou forte polêmica sobre o uso de recursos públicos para beneficiar as consultorias

Presidente da França, Emmanuel Macron - Julien de Rosa / AFP

A investigação sobre o suposto financiamento ilegal das campanhas eleitorais do presidente francês, Emmanuel Macron, levou no final de janeiro à busca às casas de diretores e ex-diretores da consultora Mckinsey, indicou uma fonte próxima do caso.

Essas buscas, reveladas pelo jornal Le Parisien, ocorreram no âmbito de duas investigações abertas em outubro pela Procuradoria Nacional Financeira (PNF) sobre contas de campanha e favoritismo.

Em dezembro, os investigadores já revistaram a sede em Paris da consultoria americana e do partido liberal do presidente, o Renascimento. A PNF não quis confirmar à AFP as novas buscas aos domicílios, realizadas em 31 de janeiro.

A Justiça francesa abriu uma investigação sobre as campanhas eleitorais de 2017 e 2022, que levaram à eleição e reeleição de Macron, ex-banqueiro de 45 anos, contra sua adversária de extrema-direita nas urnas, Marine Le Pen.

"Não temo nada e (...) acredito que o centro da investigação não seja um servidor", disse à imprensa em novembro o presidente, que enfrenta forte rejeição popular ao seu projeto de reforma da Previdência.

Na última campanha presidencial, um relatório do Senado, controlado pela oposição de direita, gerou forte polêmica sobre o uso de recursos públicos para beneficiar as consultorias.

A oposição então exigiu uma investigação para esclarecer se o partido governante favoreceu a McKinsey.

O relatório também apontou para uma possível configuração de impostos pelas subsidiárias francesas da McKinsey, o que teria permitido evitar o pagamento de impostos corporativos entre 2011 e 2020.

Em 31 de março de 2022, a PNF abriu assim uma investigação por lavagem de dinheiro agravada de fraude fiscal para apurar essas últimas acusações.

Segundo o jornal investigativo Mediapart, alguns membros da consultoria poderiam ter trabalhado de graça na campanha eleitoral que levou à vitória de Macron em 2017.