Zelensky pede a aliados que "acelerem" ajuda para Ucrânia
Após um ano de guerra, não há sinais de que os combates terminarão tão cedo, e as chances de uma solução diplomática para o conflito são quase nulas
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, pediu a seus aliados, nesta sexta-feira (17), que "acelerem" o apoio à Ucrânia, invadida pelas tropas russas há quase um ano, em um discurso por vídeo para a Conferência de Segurança de Munique.
"Precisamos acelerar. Velocidade para concluir nossos acordos, velocidade de entregas para reforçar nossa luta, velocidade de decisões para limitar o potencial russo. Não há alternativa à velocidade, porque a vida depende dela", frisou.
Após um ano de guerra, não há sinais de que os combates terminarão tão cedo, e as chances de uma solução diplomática para o conflito são quase nulas. Desde o início da ofensiva, o número de mortos subiu para dezenas de milhares, e a Otan teme uma nova ofensiva russa.
Nesse contexto, Zelensky considerou, ainda, que "não há alternativa à vitória ucraniana", denunciando que o presidente russo, Vladimir Putin, "tenta ganhar tempo para sua agressão".
"Está claro que a Ucrânia não será sua última etapa. Ele vai continuar [sua ofensiva] contra outros Estados do antigo bloco soviético", advertiu.
Presente nesta conferência anual de três dias sobre questões de segurança internacional, o chanceler alemão, Olaf Scholz, garantiu à Ucrânia o apoio da Alemanha, tanto financeiro quanto humanitário e militar, dizendo que Berlim e seus aliados apoiarão os ucranianos "todo o tempo que for necessário".
"Os ucranianos defendem sua liberdade com grande sacrifício e com uma determinação absolutamente impressionante", elogiou.
Scholz pediu aos países ocidentais em condições de enviar tanques para Kiev "que realmente façam isso agora".
Nessa mesma linha, o presidente francês, Emmanuel Macron, pediu aos aliados ocidentais que aumentem seu apoio à Ucrânia.
"Temos que intensificar nosso apoio e nossos esforços para ajudar (a Ucrânia) e permitir uma contraofensiva", convocou, durante a Conferência de Segurança.
"Estamos preparados para um conflito prolongado", ressaltou.
Novas sanções
Mais de 150 representantes governamentais estarão presentes neste evento. Também participarão o chefe da diplomacia da China, Wang Yi; a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris; o secretário de Estado americano, Antony Blinken; e o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, que deixará o cargo no final do ano.
Nenhum funcionário do governo russo foi convidado.
"Precisamos estar preparados para um longo caminho. Isto pode durar muitos, muitos anos", alertou Stoltenberg em uma entrevista à AFP na quinta-feira (16).
Washington e seus aliados estão preparando "um novo grande pacote de sanções" para 24 de fevereiro, afirmou a secretária de Estado adjunta, Victoria Nuland, na quinta-feira.
As sanções devem mirar em indivíduos, aumentar as restrições bancárias e também afetarão terceiros países que permitem que a Rússia evite as medidas punitivas, explicou Nuland.
As drásticas medidas em vigor contra a Rússia desde o início da invasão da Ucrânia afetam a cúpula do Estado russo, assim como sua indústria, seus bancos e o setor de petróleo.
Agravadas pelo voo de um balão chinês sobre o território americano, as tensões entre Estados Unidos e China também podem ser discutidas na conferência.
A China afirma que o balão era de uso civil e acusou o governo dos Estados Unidos de enviar balões sobre seu território. O incidente levou Blinken a adiar uma visita a Pequim.
Os países europeus, em particular Alemanha e França, ainda esperam convencer a China, aliada da Rússia, a pressionar o presidente Vladimir Putin a encerrar a guerra.
Em novembro, o chanceler Olaf Scholz viajou para Pequim, onde se reuniu com o presidente Xi Jinping. E a França confirmou na quinta-feira que uma visita de Emmanuel Macron à China está sendo preparada para o primeiro semestre do ano.