Recurso

Bradesco e Febraban recorrem de decisão de Moraes que impediu acesso a e-mails da Americanas

Banco pede que apenas mensagens trocadas com advogados sejam excluídas de medida

Agência do Bradesco - Reprodução/ Internet

O Bradesco e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) apresentaram nesta sexta-feira recursos contra a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu o acesso a e-mails de funcionários da Americanas. Em manifestações diferentes, os dois solicitaram que apenas os e-mails trocados com advogados sejam protegidos, e o restante seja liberado.

A Justiça de São Paulo autorizou o Bradesco a ter acesso a e-mails trocados por diretores e outros funcionários da Americanas nos últimos 10 anos. O objetivo é investigar os motivos de um rombo de R$ 20 bilhões anunciado pela empresa.

Advogados da Americanas, no entanto, recorreram ao STF alegando que isso poderia comprometer o sigilo profissional de suas mensagens. O argumento foi aceito por Moraes.

O Bradesco foi o primeiro a apresentar um recurso, alegando que é possível excluir os e-mails enviados ou recebidos pelos advogados autores do pedido, e pediu que a busca e apreensão fique mantida em relação a "todas as outras mensagens das caixas de e-mail das pessoas da Americanas ao longo dos últimos dez anos".

No pedido, o banco acusa a empresa de tentar "criar uma mesquinha cortina de fumaça" para atrapalhar as investigações de uma suposta "fraude contábil".

O Bradesco afirma que a decisão "acabou determinando não só a suspensão da coleta dos e-mails trocados entre a Americanas e seus advogados, mas também a suspensão da extração de todos os outros e-mails que estavam sendo apreendidos. Isto é, de e-mails que não tem absolutamente nada que ver com a relação entre cliente e advogado".

Mais tarde, a Febraban também recorreu contra a decisão, utilizando o mesmo argumento. "Não interessa ao cumprimento do comando cautelar a apreensão de e-mails trocados entre os executivos da companhia, ou seus sócios, com os advogados reclamantes", alegou.