Contas verificadas

Entenda por que Facebook e Instagram seguirão Twitter com venda de contas verificadas

Decisão é de Mark Zuckerberg, dono da Meta, empresa proprietária das duas redes sociais

Twitter - Brett Jordan / Pexels

Depois dos usuários do Twitter, os das redes sociais pertencentes à Meta (Facebook e Instagram) poderão comprar por um selo azul em sua conta, o que garante sua autenticidade e melhor divulgação de suas publicações, por um valor mensal. O modelo com assinatura paga foi apresentado neste domingo pelo chefe do grupo californiano, Mark Zuckerberg, depois de defender por quase 20 anos um modelo econômico

A partir de agora, os assinantes do Meta Verified poderão verificar suas contas do Facebook e do Instagram apresentando um documento de identidade oficial e, em seguida, usando um "crachá azul" que prova que são quem dizem ser. Sua conta também estará mais protegida contra o risco de roubo de identidade

Em caso de problemas, os assinantes também poderão ir diretamente aos funcionários do serviço de atendimento ao cliente. Suas mensagens, fotos e vídeos serão promovidos acima dos demais, aparecendo entre os primeiros resultados de busca, comentários e recomendações.

A Meta também promete novos recursos criativos. A assinatura estará disponível primeiro na Austrália e na Nova Zelândia nesta semana e, em seguida, será lançada em outros lugares, começando pelos Estados Unidos. O serviço vai custar 11,99 dólares (R$ 61,98) por mês para quem compre online e 14,99 dólares (R$ 77,49) para quem assinar através de aplicativos móveis (para compensar a comissão da Apple ou do Google).

Influenciadores
A assinatura é opcional, e as plataformas continuarão gratuitas. Os usuários interessados devem ser maiores de 18 anos, e não estarão disponíveis para empresas, embora a Meta não exclua incluí-los no futuro. A nova oferta dirige-se, sobretudo, aos criadores de conteúdo. A Meta explicou à AFP que concebeu o Meta Verified com base nas demandas que recebeu de criadores em ascensão.

Mas, para a especialista Carolina Milanesi, a fórmula carece de coerência ao oferecer funções que respondem às necessidades de diferentes tipos de usuários: autenticação para entidades e personalidades oficiais, promoção para influenciadores, segurança que deveria “aplicar-se a todos”.

— Não tenho certeza se há material suficiente para cada uma das categorias de pessoas para justificar a despesa — disse ela.

Renda
A estratégia da Meta surge quando as redes sociais históricas veem crescer o número de usuários, mas as receitas cair. Em 2022, a receita publicitária do grupo caiu pela primeira vez desde que abriu o capital, em 2012.

A inflação corrói os orçamentos dos anunciantes, a atenção dos usuários está dividida entre as muitas aplicações e estas já não conseguem recolher tantos dados pessoais como antes da intervenção das autoridades (particularmente europeias) e da Apple para melhor proteger a vida privada dos utilizadores.

A batalha entre as plataformas passa, então, para o lado dos criadores “que produzem o conteúdo que cativa a atenção do público”, explica Milanesi. Mas não é o suficiente. Snapchat, Reddit ou Discord oferecem acesso a ferramentas adicionais por alguns dólares por mês.

O Twitter, adquirido por Elon Musk no ano passado, lançou, de maneira confusa, sua assinatura “Blue” por US$ 7 (R$ 36,19) por mês online, ou US$ 11 (R$ 56,86) no iPhone. O Blue permite que você tenha o famoso selo azul que garante autenticidade, divulgue melhor suas mensagens, veja duas vezes menos publicidade e tenha mais liberdade na hora de escrever tweets mais longos, entre outras funções.

“Na minha opinião, a Meta vai tentar acima de tudo diversificar suas fontes de renda. O Twitter lançou, e os outros dizem que vão tentar também”, diz Milanesi.