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Alemanha expulsará dois diplomatas do Irã após condenação de dissidente iraniano-alemão

A condenação foi denunciada por diversas ONGs, entre elas a Anistia Internacional

A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock - Odd Andersen / AFP

O governo alemão vai expulsar dois membros da embaixada do Irã em Berlim, após a sentença de morte de um cidadão alemão de origem iraniana — anunciou a ministra das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, nesta quarta-feira (22).

"Convoquei o encarregado de negócios da embaixada iraniana. Ele foi informado de que não aceitamos a violação maciça dos direitos de um cidadão alemão", declarou Annalena, em um comunicado.

Na mesma nota, a ministra afirma que "o governo declarou dois membros da embaixada iraniana 'persona non grata' e pediu-lhes que deixem a Alemanha o mais rápido possível". Também se pronunciou pela revogação da "sentença de morte" de Jamshid Sharmahd e por "um procedimento de apelação justo e em conformidade com o Estado de direito".

Na terça-feira (21), a Justiça iraniana condenou à morte um dissidente teuto-iraniano, que, de acordo com seus familiares, foi sequestrado e levado à força para o Irã, por suspeita de envolvimento em um atentado.

Jamshid Sharmahd, de 67 anos, compareceu a um tribunal de Teerã em fevereiro de 2022, acusado de ter participado de um atentado a uma mesquita em Shiraz, no sul do país, cometido em abril de 2008. O ataque deixou 14 mortos.

A condenação foi denunciada por diversas ONGs, entre elas a Anistia Internacional.

Na segunda (20), a União Europeia impôs sanções a dois ministros iranianos e a outras 30 pessoas pela repressão dos protestos no Irã desde a morte da jovem curdo-iraniana Mahsa Amini, sob custódia policial, em 16 de setembro de 2022.

Pelo menos 16 portadores de passaportes ocidentais, incluindo seis franceses, estão detidos no Irã. A maioria deles tem dupla nacionalidade, mas o Irã não reconhece essa condição para seus cidadãos.