Drama psicológico "A Baleia" conta com atuação marcante de Brendan Fraser, indicado ao Oscar
Novo filme de Darren Aronofsky é finalista em três categorias do Oscar 2023, incluindo Melhor Ator
No novo filme da A24, o indicado ao Oscar de Melhor Ator, Brendan Fraser, interpreta Charlie, um professor de inglês obeso que não consegue sair do sofá. Repleto de problemas emocionais, ele tenta se reconectar com sua filha adolescente, Sadie Sink (“Stranger Things”), mas sua situação dificulta a relação. A película teve sessões extras durante o Carnaval, mas terá sua estreia oficial nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (23).
Carregado com um enredo forte e duro de assistir, o drama psicológico retrata um homem com obesidade mórbida preso em si mesmo. Em alusão a “Moby Dick”, romance publicado em 1851 pelo escritor estadunidense Herman Melville, o protagonista também está em busca da sua “baleia branca” que é a reconciliação com Ellie, sua filha. Apesar de se esconder dos seus alunos com a webcam desligada durante as aulas, o filme não tem essa vergonha. Sem medo de exibir seu protagonista, a obra mostra como cada passo para Charlie é uma luta, e representa com honestidade uma pessoa com sobrepeso.
Ao longo de 1h50, o longa vai dissecando o personagem para mostrar que por debaixo daquela gordura existe um ser humano que desistiu do seu corpo e quebra a expectativa do espectador ao mostrar que ele não é infeliz porque é gordo, e sim que é gordo por estar infeliz.
Obesidade como invisibilidade
Muitas vezes, as pessoas do tamanho de Charlie são invisíveis, vistas apenas por suas famílias e cuidadores. É uma forma de silenciamento. Conversando com essas pessoas, percebi que, como qualquer um, elas querem ter suas histórias contadas, e serem tratadas de maneira justa e honesta. Isso tudo foi um impulso para me levar à autenticidade do personagem, conta Fraser.
Baseado na peça homônima de Samuel D. Hunter, “A Baleia” é o primeiro filme de Darren Aronofsky após “Mãe” (2017), que ficou marcado pelas controvérsias que dividiram a opinião de espectadores e críticos. O diretor, conhecido por “Cisne Negro” e “Réquiem para um Sonho”, mais uma vez assina a direção de uma história que se passa inteira na mesma casa.
Mas dessa vez com um charme diferente, imitando aspectos teatrais do seu material original. As interações entre os personagens e seus movimentos dentro de cena também se assemelham a um espetáculo, além do mais importante: a atuação.
Confira o trailer:
Interpretações únicas
O filme depende totalmente dos atores para manter a trama no lugar e eles não falham, especialmente Frasier, que entrega a performance da sua carreira e eleva a obra em todos os aspectos.
O papel de Brendan é uma espécie de redenção em Hollywood. Após suas performances na década de 1990 com “George, O Rei da Floresta” e “A Múmia", Brendan Fraser parecia ter uma carreira de sucesso pela frente, mas em seguida foi desaparecendo. Após sua ausência das telas por mais de uma década, o artista alegou ter sido boicotado pela indústria. Em entrevista recente, ele relacionou seu sumiço com um caso de assédio do presidente da Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood, Philip Berk, responsável pelo Globo de Ouro.