Governo antecipa fechamento do espaço aéreo sobre Terra Indígena Yanomami para 6 de abril
Fechamento do espaço estava previsto para maio
O governo federal anunciou nesta quinta-feira (23) que reduzirá o tempo de autorização de voos privados na terra indígena Yanomâmi para a saída de garimpeiros do local. Inicialmente, os três corredores aéreos ficariam abertos até 6 de maio. Com o novo prazo, o tempo foi encurtado para 6 de abril. Os ministros Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública) e José Múcio (Defesa) esperam encerrar as atividades ilegais no território até essa data.
O fechamento total do espaço aéreo tem o objetivo de estrangular a logística das áreas de exploração mineral, que são abastecidas com alimentos e combustível levados por aeronaves. A decisão da mudança de prazo foi anunciada por Múcio e Dino após reunião para avaliar a situação nos territórios Ianomâmis.
Os ministros afirmaram que houve uma redução significativa no número de garimpeiros no território, mas em que alguns pontos ainda há a insistência em continuar com as atividades ilegais.
Na reunião desta quinta-feira, os ministros atualizaram o planejamento das ações que serão empregadas na terra ianomâmi. Além da mudança de prazo do funcionamento dos corredores aéreos, os ministros decidiram intensificar já nos próximos dias as operações de prisões e apreensões da Polícia Federal nas áreas onde ainda há a ação de garimpeiros.
— Vamos intensificar as operações da Polícia Federal. Identificamos as áreas em que ainda há nesse momento operações de garimpo e as áreas de apoio a essas operações ilegais. Esses serão os alvos nos próximos dias de ações da PF — afirmou Dino na saída da reunião.
A intensão é ampliar as ações no mês de março para que até o dia 6 de abril as atividades ilegais em terras ianomâmis estejam encerradas. Esta é a primeira vez que um integrante do governo federal coloca um prazo limite para pôr fim ao garimpo ilegal no território.
— A Defesa e a Justiça vão ampliar as ações no mês de março e até 6 de abril acabar com as atividades ilegais em terras ianomâmis e o novo fechamento dos corredores para concluir a desintrusão no território ianomâmi.
Agentes do Ibama e da Funai que estão em campo, no entanto, avaliam que a operação deve durar pelo menos seis meses. Internamente, eles já foram avisados de que devem permanecer na região por mais tempo.
Há uma preocupação grande de que, ao desmobilizar a operação, os garimpeiros retornem ao território indígena de onde eles extraíam quilos de ouro mensalmente. Por isso, ao governo planejou o novo de fechamento total do espaço aéreo sobre a reserva por um período indeterminado.