Bancada evangélica repudia samba enredo da Gaviões da Fiel: "Não se compara Cristo e Oxalá"
Líder da frente evangélica, Eli Borges diz que parlamentares acionarão "os meios legais" contra agremiação. Tema coloca no plural tríade de doutrina cristã, com "filhos, espíritos ou santos"
Sob o comando do deputado federal Eli Borges, a Frente Parlamentar Evangélica (FPE) veio à público para repudiar o enredo da Escola de Samba Gaviões da Fiel, de São Paulo. Em desfile durante o feriado de carnaval, a agremiação trouxe como enredo "Em nome do Pai, dos Filhos, dos Espíritos e dos Santos". Na noite desta quarta-feira, a Frente divulgou uma nota em que afirma que a doutrina da Trindade foi deturpada por ser baseada no triteísmo — as três pessoas divinas: Pai, Filho e Espírito Santo, não havendo “filhos, espíritos ou santos”.
No documento, Eli Borges garante que a intenção não é praticar intolerância religiosa, mas afirma que a Trindade não pode ser vilipendiada, modificada, escarnecida ou acrescentada. “Não se compara Cristo e Oxalá, divindade das religiões de matriz africana, em hipótese alguma”.
O líder afirma que os meios legais serão acionados e cita o artigo 208 do Código Penal. "Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso". O posicionamento da bancada evangélica reflete as críticas feitas pelo segmento cristão que foi em massa às redes sociais para criticar a escola.
"Ataques a fé cristã, ao mais sagrado, a Trindade. Escárnio, zombaria, zoação, chacota", escreveu uma usuária no Twitter.
Leia a nota na íntegra:
O Grêmio Recreativo Escola de Samba Gaviões da Fiel, apresentou no carnaval paulista de 2023, seu samba enredo que trouxe como título: “Em nome do Pai dos Filhos Dos Espíritos e dos Santos”.
Longe de praticar intolerância religiosa, junto a Escola de Samba, a Frente Parlamentar Evangélica vem a público demonstrar seu descontentamento e repúdio no que concerne ao uso e deturpação de uma doutrina inegociável da fé cristã: À doutrina da Trindade. À doutrina da Trindade não é mera especulação ou proposição de costume, mas faz parte da identidade do ser cristão. À doutrina da Trindade foi amplamente discutida no cerne da Igreja Cristã e defendida como dogma após alguns Concílios, dentre eles tivemos: Niceia I (325 dC), Constantinopla I (381 d.C) e Calcedônia (451 d.C) destacamos o Concílio de Constantinopla Il, ano 553 d.C: Não confessamos três deuses, mas um só Deus em três pessoas: “a Trindade consubstancial”.
Também as Igrejas reformadas a partir do século XVI e os movimentos Evangélicos Pentecostais do final do século XIX e século XX, reafirmam categoricamente a doutrina da Trindade como algo inegociável. Percebe-se assim a importância vital para a fé cristã do dogma da Trindade, que não pode ser vilipendiado, modificado, escarnecido ou acrescentado, não existem filhos; espíritos ou santos, existe um Pai, Um Filho; Um Espírito Santo. Não se compara Cristo e Oxalá, divindade das religiões de matriz africana, em hipótese alguma.
Assim, a Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional, repudia veementemente qualquer uso, manipulação, deste e de outros dogmas que são base e estrutura da fé cristã, para satisfazer desejos e interesses pessoais ou de grupos. E buscará pelos meios legais suporte para defender algo que é tão caro e fundamental para a fé e identidade do povo cristão, conforme está tipificado no artigo 208 do Código Penal: Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso: Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.