Gripe aviária: conheça os 12 sintomas da doença que tem preocupado a OMS
Órgão afirma que há relatos de inúmeros mamíferos infectados em diferentes regiões
Depois de dois casos de gripe aviária serem diagnosticados em humanos no Camboja, na Ásia, e um deles acabar em morte, a Organização Mundial da Saúde (OMS), disse que a situação é preocupante. Segundo o órgão, nas últimas semanas, houve vários relatos de mamíferos, incluindo visons, lontras, raposas e leões-marinhos, em diversos lugares, infectados com a gripe aviária H5N1.
"Estamos em estreita comunicação com as autoridades do Camboja para entender mais sobre o surto. As investigações de campo estão em andamento. A situação global do H5N1 é preocupante, dada a ampla disseminação do vírus em aves em todo o mundo e os crescentes relatos de casos em mamíferos, incluindo humanos", afirmou Sylvie Briand, diretora de Preparação e Prevenção de Epidemias e Pandemias da OMS, em comunicado.
O que é a gripe aviária
A gripe aviária é causada pela cepa da Influenza A, subtipo H5N1. É uma doença viral altamente contagiosa que afeta aves, e em casos raros, humanos. O vírus pode ser transmitido para humanos através do contato com aves infectadas, seja diretamente ou indiretamente.
Seus sintomas são parecidos com a de uma gripe comum e geralmente começam a aparecer de dois a oito dias após o contato com o vírus. O paciente costuma sentir dor de garganta, febre acima de 38°C, mal-estar, dores locais nos músculos, nariz escorrendo, espirros, tosses secas e dor de cabeça.
Em pacientes cuja doença se agrave, ele pode sentir ainda calafrios, fraquezas, dor abdominal e falta de ar, podendo levar a complicações graves, como pneumonia e falência múltipla de órgãos. A taxa de mortalidade entre os casos relatados com infecção pelo H5N1 ao longo dos anos é superior a 50%, esclarece o comunicado da OMS.
O recente óbito foi de uma menina de 11 anos que morreu na semana passada. Eal deu entrada no hospital da região no dia 16 de fevereiro, mas foi internada cinco dias depois com pneumonia grave e faleceu no dia 22.
Uma amostra de seu sangue foi coletada no mesmo dia que a paciente chegou ao hospital e o resultado foi positivo para o vírus influenza H5N1. As autoridades de saúde começaram a testar 12 pessoas de sua família, diagnosticando também o pai da criança. Estes são os dois primeiros casos de gripe aviária H5N1 relatados no Camboja desde 2014. Em dezembro de 2003, o país asiático relatou um surto da doença pela primeira vez afetando aves selvagens.
Como a doença é transmitida?
Em uma década (de 2003 a 2023) quase 900 casos em humanos foram identificados de infecção por gripe aviária e 458 mortes foram relatados globalmente em 21 países. Quase todos os casos em humanos foram associados a contato próximo com aves infectadas, vivas ou mortas, ou em ambientes contaminados.
Com base em pesquisas e investigações pelos órgãos especializados e pela OMS, apesar da alta taxa de mortalidade, o vírus não infecta humanos facilmente e a transmissão de pessoa para pessoa parece ser incomum.
Pesquisadores, entretanto, alertam que o vírus, assim como o da Covid-19, pode sofrer mutações e se tornar mais adaptado para infectar humanos, o que poderia levar a uma epidemia ou pandemia.
Vacinas e tratamento
Felizmente a gripe aviária tem cura e o tratamento é baseado no uso de analgésicos, antitérmicos e remédios para náuseas. Em alguns casos, o médico pode recomendar o uso de antivirais. Se a gripe aviária atingir um humano, geralmente, atinge de forma grave e o mais importante é procurar atendimento o mais rápido possível.
Segundo a OMS, vacinas para uso humano foram desenvolvidas para casos pandêmico, mas não estão amplamente disponíveis. A organização recomenda que todas as pessoas envolvidas no trabalho com aves domésticas ou aves selvagens sejam vacinadas contra a gripe sazonal para reduzir o risco potencial de infecção.
Entretanto, existe vacinas para os animais afetados, que ajudam a prevenir a disseminação do vírus, mas só alguns países realizaram a vacinação em animais, como a China, Egito e Rússia. Pesquisadores afirmam que a separação dos animais saudáveis dos doentes ainda é a medida mais segura para evitar a propagação do vírus.