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Nestlé encerrará atividades em Mianmar; saiba o porquê

Segundo fonte, uma empresa birmanesa comercializará e distribuirá em seu lugar os produtos da Nestlé na Tailândia, Malásia e Filipinas

A Nestlé comercializa o café instantâneo Nescafé, massas Maggi e achocolatados Milo em Mianmar - Fabrice Coffrini/AFP

A gigante suíça do setor de alimentos e bebidas Nestlé encerrará sua produção em Mianmar, afirmou, nesta segunda-feira (27), um porta-voz do grupo, como fizeram outras multinacionais desde o golpe de Estado de fevereiro de 2021.

Devido à "situação econômica atual", a fábrica que a Nestlé tem em Yangon e a sede social do grupo "encerrarão sua atividade", declarou um porta-voz à AFP, sem informar uma data.

Várias multinacionais deixaram Mianmar desde 2021, em parte pela pressão das organizações de defesa de direitos humanos, incluindo a francesa TotalEnergies, a americana Chevron, a australiana Woodside, o fabricante de cerveja japonês Kirin, a indústria britânica de cigarros BAT e o operador de telecomunicações norueguês Telenor.

A Nestlé comercializa o café instantâneo Nescafé, massas Maggi e achocolatados Milo em Mianmar.

"Faremos o que estiver em nossas mãos para apoiar as pessoas afetadas por esta decisão", afirmou o porta-voz, que explicou que o grupo emprega 138 pessoas na fábrica e na sede social de Mianmar.

Segundo a fonte, uma empresa birmanesa comercializará e distribuirá em seu lugar os produtos da Nestlé na Tailândia, Malásia e Filipinas.

O caos se instalou em Mianmar desde o golpe de Estado de 2021, no qual o governo civil de Aung San Suu Kyi foi derrubado. A repressão à dissidência por parte do Exército gerou combates em várias regiões do país.

Mais de 3.000 pessoas morreram no marco da repressão desde que o Exército tomou o poder no país, e mais de 19.000 foram detidas, segundo um grupo local de monitoramento.

Em 2022, o faturamento do grupo suíço foi de cerca de 101,2 bilhões de dólares (aproximadamente 525,7 bilhões de reais) em todo o mundo.