Peru

Presidente do México chama governo do Peru de "autoritário" após retirada de embaixador

Na sexta-feira, Boluarte anunciou a remoção definitiva de seu embaixador no México, Manuel Talavera

O presidente mexicano de esquerda, López Obrador vem sendo acusado por parlamentares da oposição de está dando muito poder ao Exército - Handout / PRESIDENCIA DE MEXICO / AFP

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, chamou, nesta segunda-feira (27), de "autoritário" e "repressivo" o governo da presidente do Peru, Dina Boluarte, após a retirada definitiva de seu embaixador.

Com a destituição do ex-presidente peruano Pedro Castillo, “a democracia foi pisoteada e uma grande injustiça foi cometida ao destituí-lo e prendê-lo e depois estabelecer um governo efetivamente autoritário, repressivo”, disse López Obrador em sua habitual coletiva matinal.

"E nós não concordamos com isso (...), indigna, é uma grande injustiça, não se pode ficar calado", acrescentou AMLO, sigla pela qual o presidente é conhecido.

Na sexta-feira, Boluarte anunciou a remoção definitiva de seu embaixador no México, Manuel Talavera, alegando a interferência de López Obrador nos assuntos internos do país ao apoiar Castillo.

"Rejeito veementemente as manifestações feitas hoje pelo presidente do México sobre os assuntos internos do Peru e os inaceitáveis questionamentos que repetidamente faz sobre a origem constitucional e democrática de meu governo", declarou Boluarte em mensagem transmitida pela televisão.

Nesse mesmo dia, López Obrador havia descrito Boluarte como "espúria" e reiterado que o México continuaria apoiando Castillo. O presidente mexicano acrescentou que tanto Boluarte quanto o Congresso peruano têm uma taxa de reprovação entre 85% e 90% nas pesquisas.

Depois de lamentar a decisão do governo de Boluarte, a chancelaria anunciou no sábado que o México "manterá seu nível de representação diplomática e consular" no país "para promover os laços" entre os dois países e atender a comunidade mexicana no Peru.

Castillo, um professor de esquerda, está detido no Peru desde 7 de dezembro, acusado de rebelião após tentar dissolver o Congresso e governar por decreto.

O ex-presidente peruano foi preso pela polícia quando se dirigia com a mulher e os filhos à embaixada do México em Lima. A então primeira-dama, Lilia Paredes, conseguiu entrar na delegação diplomática com os filhos e mudou-se para território mexicano.