Maior agência de publicidade do Japão acusada em escândalo vinculado aos Jogos Olímpicos
O presidente do grupo Dentsu, Hiroshi Igarashi, admitiu ao Ministério Público a responsabilidade de sua empresa nos atos
A maior agência japonesa de publicidade e outras cinco empresas foram acusadas nesta terça-feira (28) de violação de uma lei antimonopólio, em um escândalo de corrupção para manipular as licitações dos Jogos Olímpicos de Tóquio.
A acusação foi apresentada após a prisão, há algumas semanas, de um funcionário importante do comitê organizador dos Jogos de Tóquio-2020, Yasuo Mori, e de outras três pessoas, todos acusados de fraudar uma série de licitações.
O presidente do grupo Dentsu, Hiroshi Igarashi, admitiu ao Ministério Público a responsabilidade de sua empresa nos atos, segundo a imprensa japonesa.
Os promotores apresentaram acusações contra esta empresa e as agências de publicidade Hakuhodo e Tokyu Agency, assim como contra as empresas de eventos Same Two, Cerespo e Fuji Creative Corp.
Sete executivos e funcionários também foram acusados, mas o MP não revelou para quais empresas trabalhavam.
As empresas e os executivos "conspiraram para restringir mutuamente as atividades comerciais no que diz respeito à concessão de contratos" para os eventos-teste olímpicos, afirma um comunicado divulgado pelos promotores.
As ações "foram contrárias ao interesse público e efetivamente restringiram a concorrência".
Os promotores também investigam denúncias de que um ex-membro do conselho de Tóquio-2020 recebeu dinheiro de empresas em troca de acordos de parceria olímpica.
Haruyuki Takahashi é acusado de receber quase 200 milhões de ienes em subornos de empresas, incluindo uma rede varejista de ternos, uma editora e um grupo que recebeu a licença para vender bichos de pelúcia dos mascotes dos Jogos Olímpicos.
As denúncias abalaram a candidatura de Sapporo como sede dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2030. A cidade do norte do país suspendeu a campanha e organizou uma pesquisa nacional para avaliar o nível de apoio a sua aspiração.
"Seria realmente lamentável se houvesse atividades injustas nas licitações dos Jogos de Tóquio", afirmou o porta-voz do governo, Hirokazu Matsuno, após as novas acusações.