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Greta Thunberg e ativistas sami protestam contra parques eólicos "ilegais" na Noruega

Desde domingo (26), os manifestantes contam com o apoio da ativista que se juntou às operações de bloqueio

Greta Thunberg - Fabrice Coffrini / AFP

Greta Thunberg e dezenas de ativistas sami, um povo indígena do Ártico, bloquearam vários ministérios em Oslo, capital da Noruega, nesta terça-feira (28), para protestar contra dois parques eólicos que continuam funcionando no país apesar de uma decisão judicial desfavorável.

"Hoje, fechamos o Estado", gritou a musicista e militante sami Ella Marie Haetta Isaksen, entre os manifestantes, a maioria vestida com a tradicional roupa azul e vermelha dessa população que vive em uma área que abrange Noruega, Suécia, Finlândia e a península de Kola na Rússia.

Os militantes pedem a demolição de dois parques eólicos na região de Fosen, no oeste da Noruega, que eles chamam de "ilegais" desde uma decisão do Supremo Tribunal norueguês há quase um ano e meio.

Além do Ministério do Petróleo e da Energia, cujo acesso já estava bloqueado na véspera, os ativistas estenderam as suas ações ao Ministério da Economia e das Finanças.

A polícia liberou uma das entradas do ministério no início da manhã.

Desde domingo (26), os manifestantes contam com o apoio de Greta Thunberg, que se juntou às operações de bloqueio.

"Não podemos usar a suposta transição climática como cobertura para o colonialismo", declarou a ativista sueca na segunda-feira à TV2.

"Uma transição climática que viola os direitos humanos não é uma transição climática digna desse nome", afirmou.

O principal tribunal do país concluiu em outubro de 2021 que o projeto não respeitava o direito das famílias sami de praticar sua cultura, a criação de renas, violando um texto da ONU sobre direitos civis e políticos.

Embora o tribunal tenha considerado por unanimidade que as autorizações concedidas para a construção de 151 turbinas eram inválidas, os 11 juízes não estabeleceram o que fazer com elas.

As autoridades norueguesas prometeram, por sua vez, a respeitar a decisão do tribunal e ordenaram novas investigações para encontrar um mecanismo que permita a coexistência entre geradores de eletricidade e a criação de renas.