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Mudança nos impostos de combustíveis: vale a pena encher o tanque logo? Etanol será mais vantajoso?

Governo decide hoje se volta a cobrar impostos sobre gasolina, etanol e GNV. MP assegurou que os tributos federais seriam zerado até esta terça-feira

Posto de combustível no Recife - Paullo Allmeida / Folha de Pernambuco

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai decidir nesta terça-feira (28) se volta a cobrar impostos federais sobre gasolina, etanol e GNV.

Esses combustíveis tiveram a cobrança de PIS e Cide zeradas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro pouco antes da corrida eleitoral de 2022, como forma de forçar uma redução de preços nas bombas. A isenção terminava em 31 de dezembro, mas Lula prorrogou a medida por dois meses.

A tendência é que Lula aprove a volta gradual dos impostos, mas com alíquotas maiores para a gasolina e menores para o etanol.

Entenda, abaixo, como deve ser o impacto nos preços.

Vale a pena encher o tanque logo?
Mudanças em impostos tendem a ter impacto imediato nos preços nas bombas. Mas o governo tem sinalizado que haveria espaço para a Petrobras compensar, no preço cobrado nas refinarias, ao menos parte deste aumento de impostos. Analistas acreditam que a tendência é que, de todo jeito, o valor cobrado nas bombas fique maior.

O etanol vai voltar a valer a pena?
O mais recente levantamento de preços feita pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) mostra, que no último dia 18, o preço do etanol só era vantajoso em Cuiabá e Manaus, entre 26 capitais pesquisadas.

Para saber se vale a pena abastecer com etanol, é preciso dividir o valor do litro do combustível pelo preço da gasolina. Se o resultado for menor do que 0,7, o etanol vale a pena.

Mas, em algumas capitais, como São Paulo, Belo Horizonte e Campo Grande, o preço do etanol se aproxima do patamar vantajoso. Então, a depender de como será feita a recomposição dos tributos federais, abastecer com etanol pode passar a ser mais econômico nessas capitais e até mesmo em outras regiões do país.

Por que o governo precisa elevar os impostos?
Quando foi aprovada pelo ex-presidente Bolsonaro, a desoneração dos combustíveis foi muito criticada por especialistas por tentar reduzir artificialmente o preço dos combustíveis às custas de uma menor arrecadação de impostos. A medida tinha data marcada para terminar: 31 de dezembro de 2022.

Mas o presidente Lula renovou a isenção por dois meses para etanol e gasolina. E, diante das dificuldades fiscais do governo, a equipe econômica quer retomar a cobrança dos tributos para ampliar a receita. A meta é manter a arrecadação de R$ 28,9 bilhões prevista no pacote de medidas anunciado no dia 12 de janeiro.