SAÚDE

Covid-19: Profissionais do SUS vão checar atrasos em vacinação durante consultas

Mais de 19 milhões de brasileiros estão em atraso com a segunda dose contra a Covid-19

SUS - Marcelo Cassa/ arquivo/ Agência Brasil

O Ministério da Saúde e as secretarias estaduais e municipais prepara, uma nova ofensiva para aumentar os índices de cobertura vacinal contra Covid-19 no país.

Nos próximos meses, os profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) passarão a checar durante consultas e exames se a vacinação do paciente está em dia. Se não estiver, a pessoa será incentivada a completar o ciclo e receber informações de onde tomar a dose. Segundo dados da pasta, apenas metade da população tomou a dose de reforço do imunizante até hoje.

O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Cipriano Maia, afirmou que a iniciativa não se restringirá a atendimentos em hospitais e centros de saúde, se estendendo também a visitas de agentes comunitários de saúde nos domicílios.

– O que queremos é mobilizar todos os profissionais de saúde, principalmente na atenção primária, para acompanhar e mobilizar a cobertura vacinal. Incluindo até agentes comunitários que cheguem às famílias para verificar a condição vacinal e motivá-las a procurar os serviços de saúde – explica Maia.
 

A ação valerá também para as vacinas do Calendário Vacinal, não apenas para Covid. O acordado entre a União, estados e municípios é reunir esforços para aumentar os índices de imunização e afastar o risco de doenças já erradicadas, como a poliomielite.

A campanha integra o Movimento Nacional pela Vacinação do governo federal, lançado nessa segunda-feira, 27. A secretária nacional de Vigilância, Ethel Maciel, destaca ser importante que toda a rede pública esteja voltada à vacinação neste momento devido à baixa cobertura vacinal.

Segundo o Ministério da Saúde, mais de 19 milhões de brasileiros estão em atraso com a segunda dose contra a Covid-19 do esquema vacinal primário. No esquema de reforço, 68 milhões estão em atraso com a primeira dose e pouco mais de 30 milhões com a segunda.

A baixa vacinação de crianças também preocupa a Saúde. A cobertura contra a Covid entre o público infantil chega a apenas 25% em alguns estados, e não passa de 50% em nenhum. A campanha de imunização começa a ser expandida para as escolas nesta quarta, 1° de março. Em maio, as ações se estendem para a tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba) e poliomielite.

Crianças e adultos fora do grupo prioritário são imunizados com a dose monovalente, aplicada desde o esquema primário. As chamadas vacinas bivalentes – com proteção ao coronavírus e suas variantes – começaram a ser aplicadas em idosos a partir de 70 anos; pessoas vivendo em instituições de longa permanência (ILP) a partir de 12 anos (abrigados e os trabalhadores dessas instituições); imunossuprimidos a partir de 12 anos e comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas.

Em março, as bivalentes também ficarão disponíveis para a faixa de 60 a 69 anos e gestantes e mulheres em puerpério, respectivamente a partir do dia 6 e do dia 20. Pessoas com deficiência e profissionais de saúde terão aplicação a partir de abril.

É recomendada a aplicação três doses para todos a partir de seis meses (crianças e adolescentes inclusas), quatro para os acima de 40 anos e uma dose adicional aos esquemas anteriores para quem tem deficiência imunológica.