Eleição Venezuela

Opositor Capriles rumo à sua terceira campanha presidencial na Venezuela

Capriles, que enfrentou o falecido presidente Hugo Chávez em 2012 e Maduro um ano depois, foi inabilitado a ocupar cargos políticos por supostas "irregularidades administrativas" durante sua gestão como governador do estado de Miranda

Presidência Venezuela - Henrique Capriles tenta eleição à presidência pela terceira vez - Marcelo Garcia/Venezuelan Presidency/AFP

O líder opositor venezuelano Henrique Capriles iniciou na terça-feira sua terceira tentativa de chegar à presidência, após receber o apoio de seu partido para participar das primárias da oposição que escolherão o rival de Nicolás Maduro em 2024.

Capriles, que enfrentou o falecido presidente Hugo Chávez em 2012 e Maduro um ano depois, foi inabilitado a ocupar cargos políticos, questão que está na pauta do lento processo de negociação entre o governo e a oposição no México.

"Temos um candidato presidencial e é Henrique Capriles!", declarou a presidente do partido Primeiro Justiça, María Beatriz Martínez, em coletiva de imprensa na qual ele não estava presente.

"Nosso candidato presidencial vai ser proclamado" em 10 de março em um "grande comitê político nacional", disse.

Em consulta interna da formação, Capriles, de 50 anos, saiu muito à frente de outros dois dirigentes, e será candidato nas primárias em 22 de outubro. Ele ainda não se pronunciou sobre o assunto.

Sua inabilitação foi imposta em 2017, com validade de 15 anos, por supostas "irregularidades administrativas" durante sua gestão como governador do estado de Miranda, vizinho de Caracas, entre 2008 e 2017.

“A questão das inabilitações é uma realidade (...), é um dos grandes desafios que temos pela frente”, reconheceu Martínez, que, no entanto, se disse convicta de que estas medidas vão ser revertidas.

“Estou convencida de que Maduro (…) vai ter que retificar e fazer a coisa certa, vai ter que assinar na negociação sobre isso”, afirmou Martínez, embora tenha ressaltado que “não há um quadro preferencial para a luta da defesa dos direitos".

A agenda política, que inclui condições eleitorais e as inabilitações, ainda não foi abordada no diálogo no México, paralisado desde novembro e aguardando o desembolso de recursos congelados pelas sanções internacionais contra Maduro para enfrentar a crise humanitária.