Aumento da produção de alimentos exige do food service maior consciência na gestão dos produtos
Aposta para vencer esse desafio está nas inovações tecnológicas
A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) estima que o crescimento da população mundial exigirá em 2050 um acréscimo de 70% na produção de alimentos e bebidas em relação ao que se produz hoje, tornando-os mais caros. E, óbvio, o desperdício deve ser cada vez mais combatido, por dois motivos: questões financeiras e consumo consciente.
No food service, por exemplo, perda de prazo de validade, itens comprados a mais, produtos impróprios vendidos pelo fornecedor são somente alguns dos ralos que fazem com que, todos os dias, muita comida vá parar na lata do lixo.
Na tentativa de reverter esse quadro, a startup paranaense Golden IT anunciou uma iniciativa que promete tornar os negócios food service mais sustentáveis e lucrativos: o Marketplace “Goods”, pensado para atender um nicho de mercado específico nesse ramo: as lanchonetes, casas de sucos e chás e similares.
Com previsão de lançamento para fevereiro, a plataforma atenderá os clientes do ramo de indústrias de alimentos em geral, polpas de frutas, sorvetes e embalagens localizadas na Região Metropolitana de Curitiba (PR). Depois que a logística estiver integrada por completo, a solução estará disponível para todo o Brasil.
De acordo com o CEO da Golden IT, Áureo Bordignon, a expectativa é de ter pelo menos mil clientes comprando efetivamente pela plataforma em 6 meses, durante a etapa de experimentação. “Depois, com tantos clientes concentrados na Goods, as indústrias conseguirão aumentar suas ofertas e os resultados em vendas. Então, em 5 anos, nossa meta é atender, no mínimo, 20 mil empresas, sendo cerca de 5% dos negócios provenientes deste público-alvo, o que deve gerar uma receita de R$ 2 milhões por mês para a plataforma”.
Uma das principais vantagens do "Goods" é que ele permitirá às empresas do segmento alimentício venderem na internet sem ter um site. Na plataforma, como diferentes estabelecimentos poderão expor seus produtos, oferecendo ao cliente final um leque de opções, as lanchonetes e as casas de chás ou sucos terão acesso a mercadorias de qualidade, com melhor custo-benefício.
Para os fornecedores, explica Áureo, o valor agregado está na possibilidade de ampliação da carteira de clientes, através de estratégias que permitam expandir a área geográfica de atendimento. “Para os clientes, haverá facilidade de comparação de preços, fazendo com que eles encontrem produtos mais baratos para suprir as suas necessidades, e uma gestão mais eficientes de compras, ganhando ao comprar e reduzindo, assim, as chances de desperdícios nos seus estabelecimentos”.