PIB

PIB sob Bolsonaro cresceu em média 1,5% ao ano, menos que Lula e Temer e só maior que o de Dilma

Avanço médio da economia nos dois mandatos da petista, entre 2011 a 2016 foi de 0,4%, aponta consultoria

Dinheiro - Marcello Casal Jr./Ag. Brasil

Nos últimos 20 anos, de 2002 a 2022, o Brasil teve uma média de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,2% ao ano, de acordo com cálculos da consultoria MB Associados. O segundo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2007-2010) foi o que teve a maior média de crescimento desde os anos 1990, com 4,6% ao ano.

Na outra ponta, o segundo mandato de Dilma Rousseff, interrompido em 2016 pelo impeachment da petista, é o que teve o pior desempenho, queda de 3,4% em média. O PIB teve crescimento médio anual de 1,5% sob o mandato de Jair Bolsonaro. Em 2022, último ano do mandato de Bolsonaro, o país avançou 2,9%.

Durante a era Dilma (2011-2016), o país praticamente não cresceu: na média anual, o PIB teve alta de 0,4%. O indicador é fortemente afetado pelas recessões vividas pelo país em 2015 e 2016.

Tivemos uma conjunção fiscal muito negativa, com a chamada Nova Matriz Econômica e uma forte turbulência política que nos levou a uma recessão doméstica sem precedentes. Dilma teve um crescimento do PIB de 4% em seu primeiro ano e o reverteu a uma contração de 3,3% em seu último ano, ressalta Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados.

O cenário contrasta com o crescimento médio vivido na era Lula (2003-2010), de 4,1%. A economia brasileira avançou, por ano, 3,5% no primeiro mandato do petista e 4,6% no segundo mandato.

O primeiro mandato de Lula teve uma estabilidade e conseguiu trazer horizonte de estabilidade para os investidores como um todo e tornou possível um maior crescimento econômico, mas tem faltado isso ao governo atual, pontua Sérgio Vale.

Considerado o pai do real, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso viu em seus dois mandatos (1995-2002) uma alta do PIB de 2,4% ao ano, na média. Seu primeiro mandato teve performance superior (2,6%) à do segundo (2,3%).

Além do fim da hiperinflação, outra marca do governo de FH foi a adoção do câmbio flutuante a partir de 1999 e o consequente fim da paridade entre real e dólar.

Na curta gestão de Michel Temer, a economia cresceu em média 1,6% ao ano, considerando-se os dados de 2017 e 2018. O governo do emedebista conseguiu aprovar a reforma trabalhista e formatou a previdenciária, mas foi marcado pela fragilidade política do presidente, que chegou enfrentar riscos de impeachment devido a suspeitas de corrupção à época.

Durante o governo de Jair Bolsonaro e do ministro da Economia Paulo Guedes (2019-2022), o Brasil cresceu 1,5% ao ano, taxa inferior à registrada nos governos de FH, Lula e no primeiro mandato de Dilma. A gestão teve como legado principal na economia a aprovação da reforma da Previdência.

De maneira geral, as taxas médias de crescimento do Brasil evidenciam que a economia tem patinado e crescido abaixo do potencial de um país emergente, segundo Sérgio Vale, economista-chefe da consultoria.

Para ele, reformas estruturais como a tributária, além da apresentação de uma nova âncora fiscal que tenha credibilidade, auxiliariam a melhorar as expectativas e a destravar o crescimento do país para os próximos anos. A estimativa do mercado é de um crescimento tênue em 2023, em torno de 1%.