brasília

Gleisi Hoffmann defende afastamento de Juscelino Filho do ministério das Comunicações

Presidente do PT acredita que saída de ministro para explicar denúncias impediria o "constrangimento" do governo

Gleisi Hoffmann - Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados

A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, defendeu nesta quinta-feira (2) o afastamento do ministro das Comunicações Juscelino Filho (União) da pasta. Em entrevista a Guilherme Amado, do portal Metrópoles, Gleisi afirmou que a saída de Juscelino seria uma oportunidade para o ministro poder explicar o que ocorreu. A presidente disse ainda que a medida impediria "o constrangimento de parte a parte".

"Olha, em situações como essa, eu acho que o ministro devia pedir um afastamento para poder explicar, justificar, se for justificável o que ele fez. Isso impede o constrangimento de parte a parte", declarou Gleisi.

A fala de Gleisi ocorreu algumas horas após a entrevista em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou sobre a situação de ministros do seu governo que vêm sendo alvo de denúncias. Juscelino Filho utilizou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para viajar a São Paulo, onde participou de leilões de cavalo — ele também recebeu diárias relativas ao período, embora só tenha cumprido duas horas de agendas relativas ao cargo no estado. Juscelino anunciou, após o caso vir à tona, que devolverá os valores das diárias, mas não tratou do voo pela Aeronáutica.

"Se ele não conseguir provar a inocência, ele não pode ficar no governo", afirmou Lula, acrescentando que solicitou a Rui Costa, ministro-chefe da Casa Civil, que marcasse uma reunião com o ministro das Comunicações. O encontro deve ocorrer na próxima segunda-feira, quando Juscelino retornar de uma viagem ao exterior.

Lula reforçou que, caso as acusações contra algum dos ministros seja confirmada, o mesmo não permanecerá na equipe:

"Se for inocente, ficará no governo. Se for culpado, sairá", resumiu.

Além do uso do avião, Juscelino Filho omitiu do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um patrimônio avaliado em R$ 2,2 milhões em cavalos de raça, ao declarar sua candidatura a deputado federal em 2022. Segundo levantamento do jornal Estadão, o político era proprietário de pelo menos 12 animais da raça Quarto de Milha, que ficavam em um haras de sua propriedade em Vitorino Freire, no Maranhão.