Márcia Angela Aguiar é empossada nova presidenta da Fundação Joaquim Nabuco
Cerimônia contou com a presença do ministro da Educação, Camilo Santana, na manhã desta sexta-feira (3), no Cinema da Fundação/Museu, em Casa Forte.
Em cerimônia realizada no Cinema do Museu, em Casa Forte, a nova presidenta da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), Márcia Angela da Silva Aguiar, foi empossada pelo ministro da Educação, Camilo Santana, na manhã desta sexta-feira (3).
Graduada em Pedagogia, mestre em Educação pela UFPE e doutora em Educação pela Universidade de São Paulo, a professora Márcia Angela é docente do Centro de Educação da UFPE e sucede a gestão do escritor Antonio Campos.
Após a execução do hino nacional pelo bandolinista Marcos César, Camilo Santana e Márcia Aguiar assinaram o termo de posse, oficializando o início da gestão da professora à frente da instituição vinculada ao MEC.
Estiveram presentes a governadora Raquel Lyra (PSDB), a vice-governadora Priscila Krause (DEM), os senadores Humberto Costa e Teresa Leitão (PT), diversos deputados federais e estaduais, vereadores, prefeitos, reitores de universidades, gestores de educação, acadêmicos e servidores da Fundaj.
Defesa da democracia
Após assinatura do termo de posse, Márcia Aguiar iniciou seu discurso citando Paulo Freire, patrono da educação brasileira: “Em um país como o Brasil, ‘manter a esperança viva é em si um ato revolucionário’ e todos nós que estamos nesta sala mantivemos a esperança de mudar esse país e restaurar o estado democrático de direito”, citou.
“O senso do dever em assumir de forma republicana a presidência de um órgão público federal se impõe à razão e à emoção, constituindo uma unidade que amalgama para o exercício de uma gestão comprometida com os valores da democracia, da ciência, da igualdade e do respeito à coisa pública”, frisou a presidente empossada.
Em sua fala, ela ainda lembrou da história da Fundação Joaquim Nabuco desde sua fundação, mencionando as gestões que a antecederam. Por fim, pediu ao ministro da Educação um olhar especial para ampliar o investimento e abrir concursos públicos para reforçar os quadros da Fundaj. Márcia trouxe um tom político ao discurso ao lembrar dos atos terroristas de 8 de fevereiro.
“Grupos golpistas mostraram sua face insana e truculenta destruindo símbolos da nação brasileira como a imagem do abolicionista Joaquim Nabuco, reverenciada no denominado rol de bustos no Salão Nobre do Supremo Tribunal federal que abrigava obras de arte com mais de 100 anos, e que foi vandalizado e lançado ao chão. Diante de tais episódios que mancham a democracia brasileira ergue-se também a voz da Fundação repudiando tais fatos dolosos e posicionando ao lado das instâncias que primam pela vida, pela democracia e liberdade de crenças de opiniões. Não são outros os valores que inspiraram a criação da Fundação”, destacou.
Um novo MEC para a nova Fundaj
O ministro da Educação Camilo Santana se disse surpreso com as instalações da Fundaj. “Fiquei encantado. Eu não conhecia a Fundaj e não imaginava o tamanho da sua estrutura. E eu ainda não conheço os outros campis, vou precisar vir aqui outra vez (...) É uma estrutura que orgulha a todos os pernambucanos e a todos nós nordestinos e para mim é um privilégio estar aqui hoje dividindo esse momento”, comentou Camilo Santana.
Em relação ao pleito da nova presidente por mais certames públicos para preencher o quadro de servidores, Camilo disse que será uma questão apreciada pelo Governo Federal. “Esse não é só um problema da Fundação, é um problema do próprio Ministério da Educação. Eu já conversei com o Ministro do Orçamento para que a gente possa fazer um plano para novamente termos concurso público”, adiantou.
Governadora acena para parcerias
Apesar de ser confrontada pela plateia em relação aos salários das merendeiras antes de iniciar seu discurso, a governadora Raquel Lyra usou a tribuna para pregar a união de esforços entre os entes federados para promover avanços na educação de Pernambuco.
“Eu quero poder contar com você, Márcia, e com toda a Fundação Joaquim Nabuco para fazer as nossas pesquisas e os nossos trabalhos de cooperação. Assim como tenho certeza que contarei com os Institutos técnicos e Universidades do nosso Estado. Temos um desafio pela frente e espero que a gente tenha a capacidade de sufocando os nossos egos e eventuais projetos pessoais a gente possa construir o nosso estado onde a gente quer ver nossos filhos crescerem”, frisou Raquel Lyra.
Raquel também aproveitou a presença do ministro do MEC para frisar sobre a necessidade dos concursos, do fortalecimento dos cursos da UFPE. “Olhe com carinho para cá. A gente pode fazer telemedicina através da Universidade Federal de Pernambuco; a inovação com cursos de engenharia e software interiorizar-se no estado inteiro, no Agreste, no Sertão, em Garanhuns, em Serra Talhada (...) A parceria entre a UFPE e o Governo com o olhar para os arranjos produtivos locais para que a nossa juventude possa ter oportunidades”, frisou.
Sobre a nova presidente da Fundaj
Graduada em Pedagogia (licenciatura e bacharelato) pela Universidade Federal de Pernambuco, mestre em Educação pela Universidade Federal de Pernambuco e doutora em Educação pela Universidade de São Paulo (2000). Professora Titular da Universidade Federal de Pernambuco atua no Programa de Pós-Graduação em Educação e no Curso de Pedagogia (campus Recife) e coordena o Observatório de Política e Gestão da Educação (OBSERVA).
Integra a Linha de Pesquisa Política Educacional, Planejamento e Gestão da Educação e é líder do grupo de pesquisa Políticas Públicas . Realizou estágio de pós-doutoramento na Universidade Federal de Goiás, junto ao grupo de pesquisa Nedesc, Foi Diretora do Departamento de Educação da Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP), professora da Educação Básica e Diretora de Planejamento da Secretaria de Educação de Pernambuco.
Foi presidenta da Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação (ANFOPE -2002-2004), Coordenadora do Grupo de Trabalho " Estado e Política Educacional" (Anped GT05 - 1992-1993; 2001-2004), Vice-Presidenta (1993/1995) e Presidenta (2005/2009) da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd)1992-1993.
Foi presidenta da Associação Nacional de Política e Administração da Educação (ANPAE - 2011/2013).Foi Conselheira da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação (2014-2018). Coordenou a Comissão de Especialistas de Pedagogia e várias Comissões de Avaliação de Cursos da SESu/MEC. Atualmente é Diretora de Cooperação Internacional da ANPAE e integra as seguintes redes de pesquisadores: Rede de Cooperação Científico-Acadêmica de Educação Superior (REDE CAES), Red Latinoamericana de Estudios Epistemológicos em Política Educativa (RelePe), Forum de Gestão do Ensino Superior nos Países e Regiões de Língua Portuguesa (FORGES).
Integra comitê e conselho editorial de vários periódicos científicos, entre os quais: Educação e Sociedade, Retratos da Escola, Revista Brasileira de Política e Administração da Educação, Linhas Críticas. Desenvolve estudos e pesquisas na área de Educação, com ênfase em Política Educacional, principalmente nos seguintes temas: política educacional, formação de profissionais da educação, educação, gestão da educação e educação superior.