Falsa médica ginecologista é presa no Recife por exercício ilegal da medicina e estelionato
A mulher já havia sido denunciada por se passar por pediatra na cidade de Parintins, no Amazonas, e pelo Golpe do Abadá, na capital pernambucana, em 2019
Uma mulher de 24 anos foi presa no bairro de Água Fria, Zona Norte do Recife, pela Polícia Civil de Pernambuco, por meio da Delegacia de Água Fria, pelo crime de estelionato. A prisão preventiva se deu por ter sido pega em flagrante no ano de 2019, aplicando golpes em compras de ingresso de eventos, crime que ficou conhecido como "Golpe do Abadá".
Segundo Mário Melo, delegado responsável pelo caso, além deste fato, a mulher foi indiciada pela Delegacia de Água Fria no início deste ano pelos crimes de Estelionato e Exercício Ilegal da Medicina.
As investigações apontaram que ela vinha se passando por médica ginecologista e fazendo atendimentos em várias clínicas populares dos bairros de Água Fria, Arruda, Beberibe, Prazeres, além de cidades do interior como Caruaru, Arcoverde e Gravatá. Nesta última cidade, a criminosa ainda aplicou um golpe em uma médica na compra de ultrassom no valor de R$20 mil.
Para praticar os crimes, a estelionatária utilizava um CRM que pertencia a uma médica verdadeira.
“No atendimento, a estelionatária fazia uso do carimbo, isto devido a semelhança entre os nomes. Importante ressaltar que a golpista, sem nenhum conhecimento científico, chegava a fazer atendimento ginecológico invasivo. A investigação identificou a habitualidade do exercício ilegal da medicina, assim bem como as clínicas que ela prestou os serviços”, relata o delegado.
A polícia também identificou que a mulher, com a mesma credencial falsa, trabalhou como médica pediátrica durante dez dias na UTI do hospital Jofre Cohen, em Parintins, no Amazonas, em novembro do ano passado. Por lá, ela ficou responsável por oito crianças internadas na UTI da unidade.
De acordo com Mário Melo, ela ainda responde a outros processos criminais, todos eles vinculados a crimes de estelionato, fraude e engano. Após os procedimentos legais, a presa foi levada para Colônia Penal Feminina, e o cumprimento do mandado foi comunicado ao juízo competente.
O delegado alerta que contratantes confirmem a veracidade do CRM no site Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) antes de contratarem o profissional. “Nesse caso em específico, o CRM da verdadeira médica já estava suspenso. Daí eles já notariam o estelionato. Por isso enfatizamos que é bom sempre checar e também pedir referência do profissionais para antigos contratantes”, explica.