Príncipe saudita que deu joias a Michelle Bolsonaro manteve relação secreta com Lindsay Lohan
Ditador árabe se aproximou de atriz americana após ela se mudar para Dubai
Alvo de inúmeras denúncias, entre elas a de mandar esquartejar um jornalista dissidente e impor um apartheid contra mulheres e homossexuais, o ditador saudita Mohamed bin Salman — que deu joias no valor de R$ 16,5 milhões ao ex-presidente Jair Bolsonaro — foi figura recorrente em revistas e sites americanos especializados na cobertura de celebridades, há cerca de três anos, quando cultivou um romance secreto com a atriz Lindsay Lohan.
Protagonista de filmes como "Operação cupido" (1998) e "Meninas malvadas" (2004), a atriz vive em Dubai, no Emirados Árabes Unidos, há quase uma década, e está casada com o executivo financeiro Bader Shammas desde 2022.
"Mudar para cá me deu uma certa sensação de calma. Acho que é porque os paparazzi são ilegais. Descobri que tenho uma vida privada, e que eu poderia ter um tempo para mim", ela contou, numa entrevista recente.
A privacidade em solo árabe, no entanto, nem sempre foi totalmente preservada. Em 2019, rumores sobre o romance entre Lindsay Lohan e Mohamed bin Salman começaram a circular após ambos aparecerem juntos. À época, em mais de uma ocasião, a artista foi vista no avião particular do príncipe da Arábia Saudita, o primeiro na linha de sucessão do trono real, e que foi nomeado primeiro-ministro em setembro de 202 — o cargo tradicionalmente é exercido pelo rei, que sofre da doença de Alzheimer.
Devido à repercussão do fato nos EUA, o pai da artista se manifestou naquele período. Personalidade da TV americana, Michael Lohan falou com orgulho da relação da filha com o príncipe herdeiro saudita e garantiu que os dois eram apenas amigos, ressaltando que Lindsay conheceu o ditador devido ao seu trabalho com refugiados na região.
"Lindsay tem muitos amigos poderosos no Oriente Médio, porque ela é enorme lá fora. Ela conheceu o Mohamed bin Salman por causa do trabalho que vem fazendo naquela área. Minha filha está trabalhando para ajudar as pessoas da região, principalmente os refugiados", frisou Michael, em entrevista ao site "Page six". "Lindsay tem uma relação platônica e respeitosa com o Michael, e nada mais", acrescentou ele.
Questionado se estava preocupado com o relacionamento de sua filha com um ditador violento, Michael Lohan pôs em xeque denúncias que já haviam sido constatadas e afirmou: "Nenhuma dessas alegações foi provada até agora". E acrescentou: "Minha filha diz que ele é uma boa pessoa, e ela se sente bem". O pai da artista também negou, à época, que Salman havia dado um cartão de crédito embrulhado para Lindsay, algo que foi noticiado naquele período.
Como se sabe, o governo de Jair Bolsonaro tentou entrar no Brasil ilegalmente com joias avaliadas em aproximadamente R$ 16,5 milhões em outubro de 2021. As pedras preciosas seriam um presente da Arábia Saudita, liderada pelo ditador Mohamed bin Salman, à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Os itens não foram declarados e acabaram retidos na alfândega.
Ao saber que as joias haviam sido apreendidas, o então ministro Bento Albuquerque, titular das Minas e Energia, retornou à área da alfândega e tentou, ele próprio, retirar os itens, informando que se trataria de um presente pessoal para Michelle. A cena foi registrada pelas câmeras de segurança do local. A legislação brasileira impõe, contudo, que é obrigatório declarar qualquer bem avaliado em mais de mil dólares (pouco mais de R$ 5 mil) na chegada ao país.
Em 3 de novembro de 2021, coube ao Itamaraty exercer pressão sobre a Receita Federal na busca pelas joias. O Ministério das Relações Exteriores pediu ao órgão fiscal que tomasse as "providências necessárias para liberação dos bens retidos", mas a Receita retrucou que só seria possível fazer a retirada mediante os procedimentos de praxe nestes casos, com quitação da multa e do imposto devidos. Em seguida, a própria chefia da Receita entrou em campo para liberar o material, mas os servidores do órgão mantiveram-se firmes.
A última tentativa do governo de Bolsonaro de reaver as joias aconteceu na véspera da viagem do ex-presidente para os Estados Unidos, onde ele permanece até hoje. Em 29 de dezembro de 2022, o sargento da Marinha Jairo Moreira da Silva, então chefe da Ajudância de Ordens da Presidência da República, chegou ao Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, com o objetivo de reaver o conjunto com colar, anel, relógio e um par de brincos de diamante, apreendido em 2021.