Operação israelense na Cisjordânia deixa seis mortos
Pelo menos outras 16 pessoas ficaram feridas por disparos, duas delas em estado grave
Seis palestinos, incluindo o autor de um atentado que matou dois israelenses, morreram nesta terça-feira (7) em uma operação militar israelense em Jenin, no norte da Cisjordânia ocupada.
De acordo com vários relatos, as forças israelenses cercaram uma casa no campo de refugiados de Jenin, o que resultou em confrontos com homens armados lá entrincheirados, mas também com combatentes palestinos fora da casa.
As forças israelenses dispararam dois foguetes contra a casa sitiada, segundo testemunhas.
Um fotógrafo da AFP viu vários veículos blindados israelenses em movimento dentro do campo de refugiados, uma cidade dentro da cidade.
O Ministério da Saúde palestino anunciou a morte de seis palestinos, "mortos pelas mãos da ocupação (israelense) em Jenin". São cinco homens entre 22 e 29 anos e um sexto de 49 anos.
Pelo menos outras 16 pessoas ficaram feridas por disparos, duas delas em estado grave, afirmou a pasta.
Em um comunicado, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, indicou que o exército havia "eliminado o abominável terrorista" que matou em 26 de fevereiro dois irmãos de 20 e 22 anos, residentes em uma colônia judaica no norte da Cisjordânia.
Em resposta a este ataque, neste território ocupado por Israel desde 1967, dezenas de colonos israelenses invadiram na mesma noite a cidade palestina mais próxima, Huwara, e queimaram cerca de 30 casas e mais de 100 carros, de acordo com a prefeitura.
Nabil Abu Rudeina, porta-voz da presidência da Autoridade Palestina, disse que o uso de foguetes dentro de uma área urbana era um gesto de "guerra total".
Rudeina acusou o governo israelense de uma "perigosa escalada que ameaça incendiar a situação e destruir todos os esforços para restaurar a estabilidade".
O exército israelense declarou em nota que estava realizando uma "operação" no campo de refugiados de Jenin, um bastião dos grupos armados palestinos.
A operação desta terça-feira ocorre em plena celebração da festividade judaica de Purim e em um clima de tensão crescente desde o início do ano, pouco depois que o governo de Netanyahu, o mais à direita da história de Israel, assumiu o poder.
Só este ano, o conflito custou a vida de 71 palestinos, incluindo adultos e menores de idade, assim como homens armados.
Do lado israelense, morreram 13 adultos e menores, entre eles civis e membros das forças de segurança. Também morreu uma mulher ucraniana, segundo levantamento da AFP baseado em fontes oficiais.