Dívida

Alpargatas entra na Justiça para cobrar R$ 266 milhões do empresário Carlos Wizard

Segundo comunicado, ele não pagou parcela da compra da Alpargatas Argentina

Alpargatas cobra dívida de R$ 266 milhões - Divulgação

A Alpargatas, dona da Havainas, entrou na Justiça e está cobrando uma dívida de R$ 266 milhões do empresário Carlos Wizard por não pagar parcela da compra da Alpargatas Argentina, dona da marca Topper na Argentina e em outros países.

Segundo comunicado divulgado ao mercado pela Alpargatas, Wizard não realizou o pagamento da primeira parcela remanescente do negócio, que venceu no último dia 6 de março.

O valor que não foi pago é de R$ 89,7 milhões e foi estabelecido no acordo de compra firmado em 2018. Por isso, a Alpargatas foi à Justiça e declarou o vencimento antecipado das demais parcelas, que somam R$ 266 milhões, e ingressou com processo de execução judicial. Segundo o comunicado, a execução tramita em segredo de Justiça.

A Alpargatas também informou no comunicado do mercado que instaurou procedimento arbitral junto ao Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CAM-CCBC) para discutir o descumprimento do acordo pelas partes. Segundo a empresa, o procedimento arbitral se encontra em um estágio inicial.

"A Alpargatas adotará todas as medidas cabíveis para a defesa de seus direitos na execução judicial e no procedimento arbitral e comunicará eventuais novos desdobramentos relevantes dos processos em questão", diz o comunicado assinado por Julian Garrido Del Val Neto, vice-presidente de Finanças e de Relações com Investidores.

O acordo de venda de parte da Alpargatas Argentina foi fechado em 2018, e Wizard pagou inicialmente R$ 40 milhões por 78,2% da companhia. O valor restante, de R$ 260 milhões, começaria a ser pago agora e seria liquidado em três parcelas.

Em entrevista à revista Época Negócios, Wizard declarou na época da transação, que a Topper era uma marca estratégica por ser líder no mercado esportivo no mercado argentino. Ele já tinha feito um acordo para comprar a empresa argntina em 2015, que foi substituído por um novo acordo em 2018.

Procurado, o empresário não foi encontrado para comentar a decisão da Alpargatas.