Nove mulheres de Pernambuco premiadas pelo Banco do Nordeste nesta quarta-feira (8)
O prêmio reconheceu profissionais que se destacaram em inovação, tecnologia, sustentabilidade e engajamento
O Banco do Nordeste do Brasil (BNB) premiou nove mulheres de Pernambuco no Dia Internacional da Mulher, comemorado nesta última quarta-feira (8). O II Prêmio BNB de Empreendedorismo Feminino reconheceu mulheres que se destacaram em inovação, tecnologia, sustentabilidade e engajamento. Além do reconhecimento local, mais nove mulheres dos outros estados nordestinos, além do Espírito Santo e do Norte de Minas Gerais foram premiadas. A cerimônia ocorreu na Superintendência Estadual, no Recife, e foi realizada de forma simultânea em toda região atendida pelo Banco. Ao todo, 99 mulheres de áreas rurais e urbanas foram premiadas.
Aos 53 anos, Dona Maria Sabino, de Santa Maria do Cambucá, município do Agreste Setentrional, foi uma das nove mulheres pernambucanas a receber a honraria, na categoria Engajamento Feminino. Ela é agricultura familiar e levantou a plateia presente no evento ao discursar e contar que começou o próprio negócio com apenas R$ 1 mil, ganhando impulso a partir de 2012.
Atualmente, Maria tem 21 bois e vacas, trabalha especialmente com bovinocultura de corte e de leite, com destaque para o beneficiamento de leite, que lhe proporciona cerca de 45 kg de queijo semanalmente. Com pequenos financiamentos, a agricultora se tornou referência em gestão de fazenda. Ela ainda produz soro, manteiga, doces, farinha de mandioca, além de fazer manejo de suínos, cultivo de caju, palma e capim.
"Eu cheguei onde queria. Quando comecei na minha profissão, eram poucas mulheres. Eu trabalho das 4h às 22h, uma longa jornada e estou feliz. Agora, eu contrato trabalhador, tenho renda própria, um extra. É muito bom", disse a produtora.
“Esta é uma forma que a gente encontrou de reconhecer e parabenizar o trabalho das mulheres empreendedoras em diversas categorias. A gente tem aqui, hoje, agricultoras familiares, empreendedoras que trabalham no seu negócio, no meio urbano, e pequenas empresárias que também estão sendo reconhecidas. Tudo isso é uma forma de demonstrar boas iniciativas, bons exemplos liderados por mulheres de Pernambuco”, afirmou o superintendente estadual do BNB, Pedro Freitas.
Além de Maria Sabino, em Pernambuco, foram premiadas Alailssa Alaide dos Santos, Alexciane Almeida de Moura, Girlene Mota da Silva, Rejane Maria da Conceição, Sicleide Helena da Silva, Eliene Herminio da Silva Pedro, Gislane Patrícia do Nascimento Freire Furtado e Iolanda Chagas Lira.
De acordo com o presidente do BNB, José Gomes da Costa, que falou por videoconferência, a iniciativa tem o objetivo de estimular outras mulheres em seus projetos. "A ênfase do prêmio é valorizar, acima de tudo, o empreendedorismo feminino, mas também a adoção de práticas ambientais corretas, a inovação e a tecnologia”, afirmou. O BNB é o maior banco de desenvolvimento regional da América Latina.
O Banco do Nordeste destinou cerca de R$ 15,5 bilhões, em 2022, em todas as áreas de atuação da Instituição. De acordo com José Gomes, o empreendedorismo é apoiado no campo e na cidade por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), do Crediamigo, do Agroamigo e da Microempresa.
A premiação teve uma banca examinadora formada a partir de convite das superintendências estaduais do Banco do Nordeste, representantes de órgãos e entidades como secretaria estadual de agricultura, órgão público estadual de prestação de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), federações de agricultura familiar, comércio e serviço, ação social, universidades e Sebrae estadual.
VEJA AS OUTRAS PREMIADAS
Alailssa Alaide dos Santos - Microempreendedora
A Depillar Studio De Beleza é um ponto conhecido há mais de 10 anos na cidade de Gravatá. Esse sonho materializado em 2012 como estúdio de depilação com outros serviços de beleza começou sete anos antes pelas mãos independentes de Alailssa Alaide dos Santos. Hoje, a realidade é outra: sua equipe possui nove profissionais. Todas mulheres. A empresária investe na equidade de gênero e apoiam o empoderamento das mulheres no mercado de trabalho. Faz parte da sua estratégia promover treinamentos e desenvolvimento da sua equipe, onde se tem ganhos técnicos, visibilidade, comunicação inclusiva, trazendo assim, engajamento e potencialização da força feminina.
Alexciane Almeida de Moura - Microempreendedora
Funcionária de um hospital por oito anos e mãe de dois filhos, Alexciane Almeida de Moura tinha sonho de se tornar empreendedora no ramo de bolos, tortas, doces, salgados e festas em geral. A atividade começou em casa com venda de produtos para amigos, vizinhos, comércios e agências bancárias em Carpina. Foi assim que ela começou a divulgar seu produto. Após criar um perfil em uma rede social, o negócio começou a evoluir gradativamente e, hoje, tendo um espaço físico seus funcionários trabalharem e também para receber clientes. A empreendedora faz busca constante porá capacitações e cursos voltados a área de marketing digital, vendas e empreendedorismo.
Girlene Mota da Silva - Microempreendedora
Girlene Mota é destaque quando se fala em realização de sonhos pelo trabalho. Cliente do Crediamigo, iniciou seu negócio como cabeleireira em sua residência com poucos clientes e sem ferramentas de divulgação. Os produtos comprados no varejo com valores elevados limitavam sua rentabilidade e sua organização financeira. Hoje, a realidade é outra. Ela conta com uma equipe de seis funcionários em novo ponto comercial na cidade de Paulista, mantém estoques, investe em produtos veganos para fortalecer sua atuação ambiental e usa a tecnologia das redes sociais para divulgar seu trabalho. Além disso, ajuda no engajamento feminino ao oferecer cursos de capacitação a jovens mulheres em situação de vulnerabilidade social para que tenham uma profissão e possam empreender no ramo da beleza.
Rejane Maria da Conceição - Microempreendedora rural
A cliente do Agroamigo da agência de Floresta, Rejane Maria da Conceição, teve a ideia de produzir salgados para ter uma renda. A rotina puxada era acompanhada pela mãe. Elas produziam o material de forma manual para atender pedidos dos clientes. As entregas exigiam que ela acordasse às 2h da manhã. O crédito do BNB fez com que ela adquirisse duas máquinas que a auxiliam com rapidez no preparo das massas. Com a otimização do tempo, ela consegue um diferencial no preparo dos bolos, obtendo uma boa lucratividade. Também consegue se planejar melhor para dar conta das encomendas e realizar as entregas.
Sicleide Helena da Silva - Microempreendedora rural
As flores garantem a renda da família de Sicleide Helena da Silva, em Gravatá. Há mais de 10 anos, a propriedade da família onde ela, o filho e um funcionários trabalham vem aumentando sua produção e melhorando os tratos culturais no combate de doenças e pragas agrícolas. O manejo responsável inclui manutenção da cobertura do solo permitindo a conservação, evitando a lixiviação e erosão. O incremento nos produtos também aumentou o valor agregado utilizando proteção para o “botão” das rosas e embalagens apropriadas para comercialização.
Eliene Herminio da Silva Pedro - Microempreendedora rural
A produção agroecológica de Eliene Hermínio da Silva Pedro vai além da não utilização de agrotóxicos e insumos químicos. Para ela, a agroecologia possui, entre seus princípios, o zelo pelo bem viver e por relações socioeconômicas justas. Por isso, seu negócio apoiado pelo Agroamigo na unidade Surubim desde 2015 vem realizando constantes melhorias. Como resultado, ela conseguiu cadastro no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) como como agricultora agroecológica e disponibiliza produtos diferenciados no mercado local e regional, além de participar de feiras agroecológicas de Boa Viagem e da Boa Vista no Recife, sempre acompanhada pela Associação de Agricultores e Agricultoras Agroecológicas de Bom Jardim (Agroflor).
Gislane Patrícia do Nascimento Freire Furtado - Agricultura familiar -- Categoria Práticas socioambientais
A produtora Gislane Freire Furtado, de Serra Talhada, possuía o desejo de investir na atividade da apicultura, mas faltava o apoio e recurso para investimento. Com ajuda do BNB, ela comprou equipamentos e realizou capacitação na área. Em pouco tempo, conseguiu aumentar a renda familiar desenvolvendo uma atividade que não destrói, não polui e contribui para a preservação ambiental.
Iolanda Chagas Lira - Agricultura familiar -- Categoria inovação
Filha de produtores rurais, Iolanda Chagas Lira, cliente da agência de São Bento Una, precisou seguir os passos dos pais para ajudar sua família, passando por diversas dificuldades ao longo de sua vida e não teve a oportunidade de terminar seus estudos. A lida com a terra começou a mudar entre 2011 e 2015, quando realizou seu primeiro financiamento para compra de bovinos e implantação de pastagem e palma. O salto na produção exigiu modernização para dar conta da ordenha. A substituição do trabalho manual pelo mecânico reduziu tempo utilizado, permitindo com que a produtora expandisse seus negócios e hoje, além de fornecer leite, a família produz queijos artesanais.