Discurso de ódio

Gleisi Hoffmann cobra ações mais concretas de Arthur Lira em relação a Nikolas Ferreira

Deputada considerou o episódio gravíssimo diante de cenário violento com mulheres cis e trans e disse que o deputado mineiro tem que responder ao Conselho de Ética

Gleisi: "É preciso conter essa gente, não podemos aceitar ataques, ofensas e crimes na Câmara" - Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados

A reprimenda pública, via Twitter, do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), contra Nikolas Ferreira (PL-MG) após o deputado mineiro fazer um discurso transfóbico no plenário da Casa na quarta-feira (8) é insuficiente, segundo a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR). Ela cobrou ações concretas de Lira em relação ao episódio.

 “Gravíssimo diante de cenário violento com mulheres cis e trans. Tem que responder ao Conselho de Ética. É preciso conter essa gente, não podemos aceitar ataques, ofensas e crimes na Câmara”, reclamou Gleisi.

Pouco antes, Lira havia dito que não iria admitir ‘desrespeito contra ninguém’ e, por isso, fez uma reprimenda contra o deputado mineiro.

O presidente da Câmara, porém, não esclareceu quais medidas irá tomar contra o deputado bolsonarista pelas ofensas contidas no discurso. Há, ao menos, um pedido de cassação contra Nikolas Ferreira e uma notícia-crime protocolada no Supremo.

O deputado, que ofendeu mulheres e mulheres trans enquanto usava uma peruca loira na tribuna do plenário, disse que era histeria as reações contrárias ao seu discurso preconceituoso. Ele foi defendido por outros extremistas, como Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que pelas redes, classificou como ‘alvoroço’ da esquerda os pedidos contra Nikolas.

O caso também gerou reações do Ministério Público Federal que cobra da Câmara a responsabilização pelas declarações transfóbicas. O órgão pede que as violações éticas cometidas pelo deputado sejam apuradas pela Casa.