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Kremlin afirma que governo dos EUA está por trás do sentimento "anti-Rússia" na Geórgia

O país do Cáucaso, de quatro milhões de habitantes e candidato à adesão à UE, continua marcado pela breve guerra travada e perdida para a Rússia em agosto de 2008

Kremlin afirma que governo dos EUA está por trás do sentimento "anti-Rússia" na Geórgia - AFP

O Kremlin acusou nesta sexta-feira (10) o governo dos Estados Unidos de estar por trás do "sentimento anti-Rússia" registrado nos protestos na Geórgia, uma ex-república soviética do Cáucaso.

O porta-voz do governo russo, Dmitri Peskov, citou uma declaração feita na quinta-feira (9) em Nova York pela presidente de Geórgia, Salome Zurabishvili.

A presidente, pró-Ocidente e com poderes limitados, se distanciou de um projeto de lei apresentado no Parlamento - e considerado repressivo por seus críticos. Ela expressou apoio aos opositores mobilizados contra a iniciativa.

De acordo com Peskov, o fato de ela ter feito a declaração nos Estados Unidos é um sinal de que "a mão visível de alguém está tentando provocar um sentimento anti-Rússia" na Geórgia.

"Estamos acompanhando com muita atenção e muita preocupação", acrescentou Peskov.

A Geórgia foi cenário de grandes manifestações durante a semana contra um projeto de lei inspirado, segundo os detratores, em uma lei russa e que o Kremlin utiliza para reprimir os críticos nos meios de comunicação e nas ONGs.

Após a grande mobilização, de caráter pró-Europa, o governo de Tbilisi reprimiu as manifestações em um primeiro momento, mas na quinta-feira anunciou a retirada do projeto de lei, que nesta sexta-feira foi revogado pelo Parlamento georgiano depois de ter sido aprovado em primeira votação.

Nesta sexta-feira, centenas de opositores se reuniram novamente diante do Parlamento, desta vez em um ambiente festivo, aos gritos de "somos Europa" e "vitória".

Além da lei, dezenas de milhares de georgianos temem que o governo se afaste do objetivo de aderir à União Europeia e passe a buscar uma aproximação da Rússia, com uma guinada autoritária.

O país do Cáucaso, de quatro milhões de habitantes e candidato à adesão à UE, continua marcado pela breve guerra travada e perdida para a Rússia em agosto de 2008.

A Rússia reconheceu a independência de duas regiões separatistas da Geórgia, Abkhazia e Ossétia do Sul, após a guerra de 2008.