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Lula diz a ministros para "não ficarem chorando por dinheiro que falta" ao apresentar novo PAC

Presidente se reuniu com 13 ministros no Palácio do Planalto para tratar dos investimentos em infraestrutura

Lula visita obras para duplicação da BR-101, em Maruim, Sergipe - Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu nesta sexta-feira (10) com 13 ministros para tratar sobre os investimentos do governo em infraestrutura. O objetivo do encontro é que os ministros apresentem as propostas para a área e o que pode ser feito e inaugurado de imediato, além dos novos eixos para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

A reunião foi antecipada pelo GLOBO. Lula destacou os números encontrados pela gestão de obras paralisadas: 14 mil ao todo. Ele reforçou que os ministros não devem “ficar chorando o dinheiro que falta” e sim “usar bem o dinheiro que tem”.

"Não podemos ficar chorando o dinheiro que falta, temos que utilizar bem o dinheiro que a gente tem. E é por isso que o Haddad é ministro da Fazenda, ele é criativo. Se a gente não tiver dinheiro, a gente vai atrás dele e ele vai ter que arrumar. Ele e a Simone vão arrumar o dinheiro que nós precisamos para fazer os investimentos que precisamos nesse país"

Lula afirmou que voltará com as agendas de viagens pelo país para visitar e inaugurar obras em seu retorno da China, previsto para o final de março.

Para ampliar investimentos em infraestrutura e aquecer a economia, Lula quer relançar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), criado em 2007 como uma vitrine das obras públicas e concessões dos governos petistas. No encontro, Lula cobrou os ministros, em especial Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República) para criar e apresentar uma nova versão do programa.

Na apresentação preparada para os ministros, o primeiro slide continha o título “O novo PAC”. Lula chegou a cobrar os titulares de pastas pela apresentação dos “novos eixos” do programa de crescimento.

"O PAC foi muito importante, produziu muita coisa, mas se puder criar um novo programa é importante, mostra que estamos renovando, inovando, que temos criatividade para fazer outras coisas" afirmou Lula durante a reunião.

Lula ressaltou que o período de vigência do programa foi o “mais rico” do país de investimento em infraestrutura.

"O PAC foi uma coisa extraordinária porque não foi feita só pelo governo federal. O sucesso do PAC foi porque começamos ouvindo governadores, prefeitos e depois construímos um arcabouço de políticas de infraestrutura que foi fácil executar. Eu acho que foi o momento mais rico de investimento em infraestrutura no nosso país, a execução do PAC"

Participaram da reunião os ministros Ministro da Casa Civil, Rui Costa, Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Ministro dos Transportes, Renan Filho, Ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, Ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, Ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, Ministro das Comunicações, Juscelino Filho, Ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, Ministro das Cidades, Jader Filho, Ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, Ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e Ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta.

Atualmente, segundo informações do Palácio do Planalto, o governo analisa 417 obras apresentadas pelos governadores e que fazem parte da organização da carteira de investimentos do governo federal em infraestrutura. A proposta é que as análises sejam concluídas em abril.

Das 417 obras, 136 são em rodovias (pavimentação, duplicação, entre outras), 60 relacionadas à segurança hídrica (barragens e sistema adutor, por exemplo), 32 de mobilidade urbana (construção de BRTs, corredores de ônibus etc), 21 relativas à modernização de aeroportos regionais, 21 para saneamento e 16 ferrovias (criação e expansão). Além dessas, há projetos para hidrovias, equipamentos sociais, comunicação e prevenção a desastres, entre outros.

Nesta sexta-feira o governo federal vai lançar ainda uma plataforma online para ajudar no mapeamento e identificação das prioridades na retomada das obras. A ideia é que a ferramenta permita que as prefeituras possam atualizar em um banco de dados os empreendimentos que estão paralisados ou inacabados em suas regiões e que são considerados prioritários para ter as obras retomadas na avaliação dos gestores locais.

Ainda durante a reunião com os ministros, Lula cobrou a participação dos bancos públicos para alavancar os investimentos no país. Em mais de uma ocasião, Lula já afirmou que o BNDES voltará a ser um banco que apoia o desenvolvimento dos estados e a conclusão de obras.

"Quero saber os papeis dos bancos públicos para alavancar os investimentos nesse país. Para pequenos e médios empreendedores, cooperativas, grandes empresários, estados e municípios que estão com capacidade de endividamento. Por que não emprestar dinheiro para essa gente? Não pode ser proibido emprestar dinheiro para construir um ativo que vai aumentar patrimônio nesse país e melhorar a qualidade de vida do pov" afirmou, completando: "Dinheiro bom é dinheiro transformado em obras, em melhoria da qualidade de vida do povo, em saúde, educação, emprego"