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Nova bancada evangélica no Senado supera estimativa e tem quinze integrantes

Nova Frente destinada à Casa deve ser liderada por Carlos Viana; Soraya Thronicke e Jorge Kajuru estão entre os assinantes

Congresso Federal - Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Novidade desta legislatura, a bancada evangélica do Senado Federal superou as expectativas e conta com quinze assinaturas. A expectativa era de que a frente, que deve ser liderada pelo senador Carlos Viana (Podemos-MG), contasse com 13 parlamentares, o equivalente a 16% da Casa. Viana, no entanto, espera que o grupo tenha mais integrantes. O primeiro encontro da bancada está marcado para a próxima quarta-feira (15).

Entre as assinaturas coletadas até esta quinta-feira, prevalecem nomes da Igreja Batista (5) e da Assembleia de Deus (4). No entanto, há senadores novatos na seara como Soraya Thronicke (União-MS) e Jorge Kajuru (PSB-GO). Para integrar a Frente Parlamentar Evangélica, não é necessário ser protestante. Em 2020, de acordo com o Instituto de Estudos da Religião (ISER), menos da metade da bancada do Congresso era evangélica.

Críticas no passado
Em 2018, enquanto candidato ao Senado, um vídeo antigo de Kajuru veio à tona e causou revolta na comunidade evangélica após postar um vídeo em que criticava o dízimo — doutrina que consiste na oferta a Deus de um décimo da renda.

O cara tira o leite do filho dele para dar o dízimo para Deus. É um babaca, um idiota quem faz isso. Porque para chegar a Deus você não precisa pagar intermediário. Você não precisa dar dízimo para ninguém. Deus é de graça para todo mundo. Até porque se Deus cobrar dízimo, Deus também é um grande canalha. Aí eu vou passar a ser contra Deus, dizia. À época, ele pediu desculpas.

Já Soraya Thronicke se elegeu, em 2018, alinhada à agenda bolsonarista e ao lema "Deus, pátria, família e liberdade", mas nunca teve como foco a bandeira evangélica. No ano passado, a parlamentar ganhou projeção nacional ao se candidatar nas eleições presidenciais.

No debate da TV Globo antes do primeiro turno, Soraya viralizou ao entrar em conflito com o candidato do PTB, Padre Kelmon, que se dizia sarcedote da Igreja Ortodoxa.

Temos hoje quase 700 mil mortes por Covid, 130 milhões de órfãos. Eu pergunto ao senhor o que o senhor diria para consolar essas famílias? Esses órfãos que estão até agora esperando uma ajuda do governo. Que estão até agora sofrendo, muito irmãos separados porque cada parente tem que ficar um ou outro. O senhor não tem medo de ir para o inferno não?, disse Soraya em fala viral.

A nova bancada
Fundada em 2003, a Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional é uma das mais tradicionais da política brasileira. No ano passado, ainda sob o comando do deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), foi-se levado em conta a necessidade de se criar uma bancada voltada apenas ao Senado Federal, o que significa que os senadores participam das duas Frentes.

Como na bancada original, a cada dois anos, um parlamentar se tornará líder. A expectativa é de que o primeiro seja Carlos Viana, articulador da iniciativa.

No Congresso, o responsável pelos evangélicos, atualmente, é o deputado federal Eli Borges (PL-TO). Após uma série de impasses, ficou acordado que Borges irá revezar a liderança com Silas Câmara (Republicanos-AM), com mandatos alternados de seis meses.

Veja a lista de integrantes da nova bancada:

Carlos Viana (Podemos-MG) Alan Rick (União-AC) Cleitinho (Republicanos-MG) Damares Alves (Republicanos-DF) Eduardo Girão (Novo-CE) Eliziane Gama (PSD-MA) Flávio Bolsonaro (PL-RJ) Jorge Kajuru (PSB-GO) Jorge Seif (PL-SC) Magno Malta (PL-ES) Marcos do Val (Podemos-ES) Mecias de Jesus (Republicanos-RR) Rogério Marinho (PL-RN) Soraya Thronicke (União-MS) Zequinha Marinho (PL-PA)