Saúde

Excesso de ozônio na atmosfera aumenta riscos de problemas cardíacos, diz estudo

O poluente foi diretamente associado a mais de 3% das hospitalizações por problemas cardíacos e infartos

OMS considera 100 microgramas de ozônio por metro cúbico de ar como o limite de perigo - Philippe Lopez/AFP

A poluição do ar por excesso de ozônio leva a uma maior porcentagem de internações por problemas cardíacos, de acordo com um estudo divulgado nesta sexta-feira (10).

Na publicação no European Heart Journal, um grupo de cientistas chineses analisou internações em hospitais de 70 cidades na China entre 2015 e 2017.

A equipe estudou dados de 258 milhões de pessoas (aproximadamente 18% da população total da China) e os comparou com a qualidade do ar em tempo real nestas cidades.

O ozônio, mesmo comparado com outros poluentes, foi diretamente associado a mais de 3% das hospitalizações por problemas cardíacos e infartos.

A OMS considera 100 microgramas de ozônio por metro cúbico de ar como o limite de perigo.

Para cada aumento de 10 microgramas por metro cúbico de ar, houve um crescimento no número de internações por infartos de 0,75%, e de 0,40% no caso de embolias cerebrais.

"Embora esses aumentos possam parecer modestos", o impacto "cresceu mais de 20 vezes" quando os níveis de ozônio ultrapassaram 200 microgramas, durante o verão, explicou à AFP o autor do estudo, Shaowei Wu, da Universidade de Xi'an Jiaotong.

O ozônio nas camadas superiores da atmosfera é essencial para bloquear os raios ultravioleta (UV), mas a nível da superfície terrestre, é um dos principais responsáveis pela poluição em muitas cidades.

Ele emerge na atmosfera através de uma reação química, quando agentes poluidores, majoritariamente emitidos por carros e empresas, se combinam em uma reação com a luz solar.

Problemas de saúde causados por outro tipo de poluição, a de pequenas partículas, conhecida como PM2.5, levam a 8,8 milhões de mortes prematuras por ano.