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Daniel Alves e Hakimi: entenda por que, acusados de estupro, um está preso e o outro não

Acusações contra jogadores foram feitas em intervalo de menos de dois meses

Dani Alves foi preso em 20 de janeiro de 2023 na Espanha - Josep Lago / AFP

Daniel Alves está preso na Espanha desde o último dia 20 de janeiro acusado de estuprar uma jovem em uma boate de Barcelona, na Espanha. Pouco mais de um mês depois, foi a vez de Achraf Hakimi receber acusação similar, na França. A maior diferença entre os casos, porém, está no fato do brasileiro estar preso enquanto o marroquino está em liberdade, podendo seguir atuando pelo PSG.

Embora os casos pareçam similares em uma primeira análise, há duas diferenças que justificam as distintas situações de ambos os jogadores. No caso de Daniel Alves, a Justiça da Espanha tem como um dos principais argumentos para manter o jogador preso o considerado elevado risco de fuga dele para o Brasil, que, por sua vez, tem a política de não extraditar seus cidadãos, o que dificultaria o cumprimento de uma possível pena.

Para o caso de Daniel Alves, os juristas podem levar em conta outro exemplo similar. O ex-jogador Robinho foi condenado na Itália a nove anos de prisão também por abuso sexual, mas, como já estava no Brasil, não cumpre a pena, seguindo em liberdade — embora o Ministério Público Federal já tenha concordado com o pedido da Justiça italiana para que Robinho cumpra pena no Brasil.

Outro ponto dissonante entre os casos, segundo o Mundo Deportivo, seria a postura das vítimas. No caso da acusação contra Daniel Alves há mais materialidade, uma vez que a denúncia foi feita imediatamente depois do alegado abuso e que a vítima manteve ao longo de todo o processo uma mesma versão do relato, o que gera ainda mais credibilidade à queixa.

Na acusação feita contra Hakimi, porém, a vítima não chegou a formalizar uma queixa formal. Ainda segundo o Mundo Deportivo, ela teria apenas ido à delegacia “narrar o que supostamente aconteceu”. O Ministério Público de Nanterre, na França, indiciou o jogador por estupro. O defensor foi ouvido por investigadores da Segurança Territorial de Hauts-de-Seine, depois indiciado por um juiz de instrução e colocado sob supervisão judicial.