Produtores de aves de Pernambuco querem prevenção contra gripe aviária
Sete países da América do Sul já têm casos confirmados da doença e Estado tem rotas migratórias, como Noronha e Coroa do Avião
Produtores da avicultura, representantes das entidades do setor e Governo de Pernambuco formaram um Grupo de Trabalho (GT) para discutir formas de monitorar e fiscalizar as aves de Pernambuco. Já houve quatro reuniões do GT. A medida é uma maneira de discutir protocolos para prevenir o Estado contra a gripe aviária, uma doença considerada de alto risco para os animais e que pode impor uma barreira sanitária na comercialização de produtos avícolas, tanto no mercado interno como externo. Segundo o Ministério da Agricultura, Uruguai, Chile, Argentina, Bolívia, Peru e Equador já têm casos confirmados da doença.
Não há casos de influenza aviária no Brasil, mas, a decisão é reforçar todos os cuidados. Mais de 60 municípios produzem aves no Estado e geram 160 mil empregos. A Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária do Estado de Pernambuco (Adagro) informa que o Estado é o quarto maior produtor de ovos, o maior produtor de frangos do Nordeste e oitavo do Brasil. São 12 milhões de ovos por dia e 14 milhões de frangos por mês, de modo que a transmissão da influenza para as aves locais causaria enormes prejuízos.
Existe a expectativa de se criar até uma campanha publicitária para esclarecer os produtores sobre o tema. Um dos pontos que preocupa, neste momento, são as criações clandestinas. Segundo o secretário estadual de Agricultura, Desenvolvimento Agrário, Pecuária e Pesca, Aloísio Ferraz, a melhor medida para combater a influenza é a prevenção.
A Superintendência de Agricultura e Pecuária em Pernambuco (SFA-PE), ligada ao Governo Federal, também começou a intensificar as ações de monitoramento e fiscalização das criações comerciais e de subsistência de aves no Estado. Por meio de reuniões com representantes do setor e da Associação Avícola de Pernambuco (Avipe), os produtores estão sendo sensibilizados sobre os riscos da doença e orientados a manterem o nível de atenção máximo para seus plantéis.
Uma preocupação da SFA-PE é com propriedades no entorno dos sítios de rotas de aves migratórias – registrados na Coroa do Avião, na Ilha de Itamaracá, Região Metropolitana do Recife, e no Arquipélago de Fernando de Noronha. Nessas localidades, durante todo o ano, passam milhares de aves que podem interagir com as espécies domésticas.
A superintendência informou que, ao longo deste mês de março, vai percorrer essas propriedades de aves migratórias para coletar amostras (soro, suabes de traquéia e cloaca) para testes sorológicos. Na quinta-feira da semana passada, o superintendente de Agricultura e Pecuária de Pernambuco, Carlos Ramalho, e a chefe do SISA-PE, Vânia Lúcia Santana, estiveram reunidos com o secretário de Desenvolvimento Agrário do estado, Aloísio Ferraz, e o presidente da Adagro, Paulo Roberto Lima.
No encontro, foram detalhadas informações disponíveis sobre influenza aviária na América do Sul para reforçar a necessidade de intensificação das ações. Cabe à Adagro, ligada ao Governo de Pernambuco, por exemplo, a fiscalização das granjas comerciais, fazendo as coletas de material sorológico e a verificação do cumprimento das normas previstas. As datas ainda estão sendo discutidas no grupo de trabalho.
Aves de sete países da América do Sul foram contaminadas. De acordo com o Ministério da Agricultura, na Bolívia, Peru e Equador, os casos positivos são referentes a aves de criação comercial. Na Argentina, Uruguai e Chile, a doença foi encontrada em aves silvestres.
A DOENÇA - A influenza causa alta taxa de mortalidade de aves e elas podem apresentar sinais clínicos como ter torcicolo, andar cambaleante, ter dificuldade respiratória e diarréia. Caso haja algum sintoma, o produtor deve comunicar a Idaron, por meio do 0800 643 4337.