Caso Marielle: saiba os pontos que ainda faltam ser esclarecidos
Carro usado na emboscada contra a vereadora e seu motorista nunca foi localizado nestes cinco anos
Durante os cinco anos de investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, alguns pontos não foram esclarecidos. No fim do mês passado, por determinação do ministro Flávio Dino, a Polícia Federal instaurou um inquérito para apurar o caso, por ser um crime de repercussão internacional. Ao ler os mais de 30 volumes do processo sobre os executores e o mandante, a PF terá que puxar o fio da meada.
Saiba os pontos a serem esclarecidos:
Quem mandou matar Marielle e Anderson e qual a foi a motivação do crime?
O Cobalt prata, com placa clonada, usado na emboscada contra as vítimas no dia 14 de março de 2018, até hoje não foi localizado, assim como os clonadores.
A metralhadora HK MP5, que segundo os peritos do Instituto Criminal Carlos Éboli (ICCE), serviu como arma para matar Marielle e Anderson, nunca apareceu. Há indícios de que ela foi lançada no mar, na altura do Quebra-Mar, na Barra da Tijuca, por cúmplices do ex-sargento da PM Ronnie Lessa, apontado como atirador, que está preso. Apesar das buscas, o armamento teria parado no fundo do mar.
A munição do lote UZZ-18, comprada exclusivamente pela Polícia Federal, foi a que matou Marielle e Anderson. Os investigadores já sabem que projéteis foram desviados da corporação. Como o lote foi distribuído para praticamente todas as superintendências do país, cabe aos agentes descobrirem de onde partiu o desvio.
A Google, após pedidos da Força-Tarefa Marielle e Anderson, do Ministério Público do Rio, repassou informações sobre os usuários do sistema passaram pela Linha Amarela, no dia 2 de dezembro de 2018, última vez que o Cobalt dos executores teria sido visto. A análise dos dados pode apontar para a pessoa que passou com o suposto veículo dos suspeitos.
No mês passado, a Polícia Federal abriu inquérito para auxiliar o Ministério Público do Rio nas investigações sobre o mandante do crime – os supostos executores estão presos desde 12 de março de 2019. A ordem partiu do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. A Polícia Civil continua no caso, mas não troca informações com a PF.
O delegado federal Guilherme de Paula Machado Catramby, responsável pelo Setor de Inteligência Policial (SIP), foi o escolhido pelo superintendente da Policia Federal, Leandro Almada, para investigar o assassinato de Marielle e Anderson.