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Para além das startups: farmacêuticas se tornam vítimas do colapso do banco americano SVB

Empresas de saúde respondiam por 12% dos depósitos no Silicon Valey Bank e por 36% dos US$ 168 bi em crédito da instituição

Com a alta de juros pelo mundo, a maré virou - Reprodução

Os bancos globais perderam US$ 465 bilhões nas Bolsas e as start-ups viram o crédito para os seus negócios secar abruptamente. Mas a crise das instituições financeiras do Vale do Silício, que se acentuou após o colapso do Silicon Valey Bank (SVB), deixou uma outra vítima acidental: o setor de saúde.

Assim como as empresas de tecnologia, as farmacêuticas e as firmas de biotecnologia surfaram nos anos de juros baixos conseguindo obter crédito para seus negócios que precisam de muito capital para financiar inovações e pesquisas por novas drogas e tratamentos que muitas vezes só conseguem resultados em longuíssimo prazo.

Mas, agora, com a alta de juros pelo mundo, a maré virou.

No fim do ano passado, empresas de saúde apoiadas por venture capital (tipo de financiamento concedido nas fases iniciais do negócio) respondiam por 12% dos depósitos no SVB e por 36% dos US$ 168 bilhões em crédito do banco.

Nos últimos dias, cerca de 200 empresas de biotecnologia com ações negociadas em Bolsa tiveram que soltar comunicados ao mercado para esclarecer o quanto estão expostas – ou não - à crise do SVB. A empresa de tratamentos para doenças infecciosas Vir, por exemplo, informou que cerca de 9% de seus ativos em dinheiro, ou US$ 220 milhões, estavam depositados em contas no SVB.

E não foi só nos EUA. A holandesa Pharming Group informou ter US$ 26 milhões depositados no SVB e outros US$ 19 milhões na filial do banco americano no Reino Unido. Suas ações chegaram a cair 8,4% na manhã da segunda-feira.

A dinamarquesa Zealand Pharma relatou ter 163 milhões de coroas dinamarquesas (US$ 23,5 milhões) depositados no SVB, ou cerca de 15% do seu caixa em dinheiro.

A Broncus Holding, empresa de serviços médicos de Hong Kong, informou ter cerca de US$ 11,8 milhões, ou 6,5% de seus ativos em dinheiro, depositados no SVB. “A empresa está atuando ativamente para preservar e recuperar seus depósitos no SVB”, afirmou em comunicado.