Marielle Franco

Lula e ministros fazem um minuto de silêncio no Planalto pelos cinco anos da morte de Marielle

Homenagem foi feita em reunião sobre 100 dias de governo

Lula e ministros prestaram uma homenagem à vereadora Marielle Franco - Divulgação/Ricardo Stuckert/Presidência da República

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros prestaram uma homenagem à vereadora Marielle Franco, assassinada há cinco anos no Rio de Janeiro. A homenagem, com um minuto de silêncio, foi feita antes do início da reunião no Palácio do Planalto para tratar dos 100 dias de governo, para analisar resultados e traçar metas.

Anielle Franco, irmã de Marielle, e a atual ministra de Igualdade Racial participou do encontro e se emocionou com a homenagem. Em um vídeo publicado nos perfis oficiais de Lula, ela agradeceu o ato e o empenho do atual governo em busca da solução do caso. Anos após o crime, dois acusados estão presos — Roni Lessa e Elcio de Queiroz —, mas seguem sem julgamento. Um dos pontos que faltam ser esclarecidos sobre o crime é sobre quem mandou matar a vereadora.

"Muito obrigada. Eu acho que, enquanto a gente não conseguir responder quem mandou matar a minha irmã, a gente segue nessa democracia frágil e é muito importante, muito significativo para nós enquanto família, mas também enquanto governo, ter um governo que de fato se preocupa com o caso e tem, cada vez mais, mostrado estar ao lado para colaborar, para a gente descobrir quem mandou matar a minha irmã", disse Anielle.

No vídeo publicado, Lula diz que o minuto de silêncio é a melhor forma de "prestar uma homenagem a Marielle neste dia". No texto que acompanha a publicação, o presidente escreveu:

"Hoje, ao lado da companheira Anielle Franco, reforcei o compromisso já firmado pelo ministro Flávio Dino de somarmos todos os esforços para descobrirmos quem mandou matar Marielle Franco. #JustiçaPorMarielleEAnderson".

Após cinco trocas de comando da investigação, o delegado Guilhermo Catramby vai conduzir o inquérito na Polícia Federal (PF). Em fevereiro, o ministro da Justiça, Flávio Dino, determinou a abertura de inquérito da PF para “ampliar a colaboração federal” nas investigações sobre as mortes.

Nesta terça-feira, uma série de ações na cidade do Rio cobram uma solução para o caso. Pela manhã, a família da vereadora esteve reunida na Praça Mauá, região central, na inauguração da Escultura Marielle Gigante, de 11 metros de altura, e da instalação "A Voz de Marielle", no Museu de Arte do Rio.

"A estátua é grande, do tamanho que a Marielle se tornou, uma gigante. Nós vamos estar na rua. Resistência total hoje. Chorar, mas também ter muito orgulho de que vamos estar sempre em busca de respostas para cada vez mais ver o legado da Marielle crescendo", afirmou Marinete Silva, advogada e mãe da vereadora.

A Anistia Internacional montou na Praça Mauá uma linha do tempo pontuando "cinco anos de injustiças" da morte de Marielle. Um quadro em branco para que o público possa deixar assinaturas e mensagens de apoio aos familiares da vereadora também foi colocado na amostra.

O pai de Marielle, Antônio Francisco, também discursou e defendeu a importância das celebrações em memória da filha.

"Cinco anos se passaram e não temos a resposta que desde o dia 14 de março estamos atrás: saber quem mandou matar Marielle. O que ela fez de tão grave que foi sentenciada a ser assassinada? Até hoje não temos resposta", questionou Francisco.

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