Seca

Forte seca causa preocupação no Uruguai

A represa Canelón Grande secou a ponto de aparecerem rachaduras na terra antes coberta de água

Foto do reservatório seco de Canelon Grande ao norte de Canelones, no sul do Uruguai, tirada em 14 de março de 2023, enquanto o país passa por uma seca severa - Pablo Porciuncula / AFP

A preocupação aumenta a cada dia no Uruguai devido à forte seca, que destrói plantações e drena reservatórios de água destinados às cidades.

A represa Canelón Grande, localizada a 61 km de Montevidéu, no departamento de Canelones, secou a ponto de aparecerem rachaduras na terra antes coberta de água.

O reservatório foi pensado originalmente para a irrigação, e também era usado para abastecer uma das principais infraestruturas de distribuição de água potável do país, conhecida como Águas Corrientes, que atende à capital, Montevidéu, e à sua região metropolitana.

O Uruguai, país de quase 3,5 milhões de habitantes, tem mais da metade de sua população concentrada nessa área urbana e suburbana. O vice-secretário-geral da agência estatal de águas (OSE), Juan Martín Jorge, explicou à AFP que, em termos de água potável, o país vive "uma situação crítica, mas controlada", graças ao uso de reservatórios alternativos e caminhões-pipa, que solucionam a escassez em todo o país.

O Uruguai tem a possibilidade, inclusive, de recorrer à água do Rio da Prata e torná-la potável. "Não está previsto um corte d'água", enfatizou Jorge.

Desde o começo de fevereiro, no entanto, o governo proibiu o uso de água potável para fins não prioritários, como regar jardins ornamentais ou lavar veículos.

No setor agropecuário, a situação é de extrema gravidade. É "o maior prejuízo da agropecuária e da economia nacional nos últimos 30 anos", ressaltou o ministro da Pecuária, Agricultura e Pesca, Fernando Mattos, citado ontem pelo jornal "El Observador".

No Uruguai, um país da agropecuária por excelência, muitas plantações que costumam ser usadas para obter grãos não vingaram e estavam sendo consumidas pelo gado ou, no melhor dos casos, armazenadas em silos como alimento, antes de um inverno que se anuncia difícil, devido à escassez de pastagens.