Negociação

Banco Credit Suisse negocia venda de 25% do fundo Verde

Segundo comunicado, negociações estão em andamento e o banco manterá uma parceria com a gestora, incluindo a distribuição de seus produtos

Credit Suisse - Spencer Platt / Getty Images Nortth America / Getty Images via AFP

A unidade do Credit Suisse no Brasil confirmou que está em negociações para vender uma participação na Verde Asset Management, de acordo com um comunicado. A gestora de ativos alternativos Lumina Capital, fundada pelo ex-presidente do Morgan Stanley no Brasil, Daniel Goldberg, confirmou os planos para a aquisição, enquanto outros sócios da Verde também confirmaram que negociam a venda, segundo comunicado conjunto das três empresas.

As negociações estão em andamento e o Credit Suisse manterá uma parceria com a Verde, incluindo a distribuição de seus produtos, segundo o comunicado.

A Verde Asset Management, cujo principal fundo multimercado subiu mais de 21.500% descontadas as taxas desde sua criação em 1997, é dirigida por Luis Stuhlberger, veterano da indústria local de gestão de recursos. A empresa está entre as maiores gestoras independentes do país, administrando cerca de R$ 30 bilhões, de acordo com seu site. O Credit Suisse já é acionista minoritário da Verde.

O site “Brazil Journal” disse que a Lumina está disposta a adquirir uma participação de 30% na Verde, acrescentando que o Credit Suisse detém uma participação de 25% na gestora, sem revelar de onde obteve a informação. As empresas não quiseram comentar essas percentagens e não forneceram mais detalhes sobre as negociações.

Em crise
A situação do Credit Suisse tem preocupado o mercado. O banco atravessa uma longa crise - agora acentuada pela falência decretada pelo Silicon Valley Bank (SVB). A instituição financeira enfrenta nos últimos anos uma série de escândalos, além de mudanças de liderança e questões legais.

As ações do Credit Suisse caíram até 15% em dois dias, sendo a maior queda de qualquer grande banco europeu em meio ao colapso do Silicon Valley. O custo do Credit Default Swaps (CDS) do Credit Suisse, uma espécie de derivativo de crédito que oferece ao comprador proteção contra inadimplência, subiu para o nível mais alto já registrado.

Outro desafio é o rebaixamento das classificações, que aumentam os custos de financiamento. Enquanto isso, a reformulação da instituição depende de uma força-tarefa anunciada em outubro do ano passado. A reestruturação inclui o corte de 9 mil empregos e captação de US$ 4 bilhões com investidores. Além disso, depende da decisão de partes do negócio do banco de investimento sob a marca Credit Suisse First Boston, que o banco busca desmembrar sob um clima de difícil negociação.