Cidades do RN vivem terceira manhã de ataques criminosos
Ao todo, 28 centros urbanos foram alvo de motins desde terça-feira (14)
Os ataques de um grupo criminoso em cidades do Rio Grande do Norte, no nordeste, continuaram pela terceira noite consecutiva com veículos, escritórios públicos e empresas incendiadas, apesar do reforço das forças de segurança – informaram as autoridades nesta quinta-feira (16).
Imagens divulgadas pela imprensa e publicadas nas redes sociais mostraram cenas de ônibus e prédios incendiados em nove cidades do estado, incluindo na capital, Natal.
"Nunca na minha vida tinha visto o que está acontecendo. Saímos para trabalhar (...) e nos deparamos com uma situação assim. É muito triste", disse à AFP o pedreiro Reinaldo Silva, que mora em Natal.
Ao todo, 28 centros urbanos foram alvo de motins desde terça-feira (14), uma resposta de um grupo criminoso ao reforço das medidas de controle dentro das prisões, segundo as autoridades.
A violência não para, apesar da chegada desde a quarta-feira de cerca de 220 policiais federais, número que pode chegar a 800 se for necessário, indicou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, em entrevista à CNN.
Por sua vez, a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, anunciou a criação de um gabinete de crise formado pelos chefes dos poderes locais.
Até então, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não se manifestou sobre a crise.
Os excessos já deixaram dois mortos e dois feridos, sem novos registros nas ocorrências da madrugada desta quinta-feira.
Foram detidas até o momento 67 pessoas, disseram à AFP fontes da Secretaria estadual de Segurança Pública (Sesed).
Além disso, foram apreendidas 17 armas de fogo, 50 artefatos explosivos, 22 galões de gasolina, veículos, munições e dinheiro, entre outros, detalhou a Sesed.
De acordo com as autoridades, os ataques são orquestrados de dentro dos presídios, onde os detentos protestam contra as condições de vida, com reivindicações como televisões e visitas particulares.
Organizações de direitos humanos denunciam que não são respeitadas as condições mínimas às quais os presos têm direito.