Márcio França diz que navegação de carga é uma das prioridades do governo, mas vai rever "BR do Mar"
Especialistas destacam a necessidade de regulamentar regras para navios de cabotagem para estimular investimentos
O setor de cabotagem se reuniu quinta-feira (16), no Rio de Janeiro, para debater os desafios e as perspectivas de crescimento do segmento de navegação com o novo governo. Sob o tema “O crescimento da economia e a importância da cabotagem na matriz de transporte brasileira: perspectivas e desafios”, o evento contou com a participação do Ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França.
Na abertura, o ministro disse que o setor portuário será uma prioridade na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva:
O novo governo vai priorizar esforços em áreas como a de portos e aeroportos. Um indicador disso é a criação de uma pasta para tratar desses temas, já que, antes, tudo estava dentro de uma mesma pasta, e o setor rodoviário acabava recebendo mais atenção.
O evento foi realizado pela Editora Globo, com patrocínio da Associação Brasileira de Armadores de Cabotagem (Abac), que está comemorando 50 anos.
França afirmou que o novo governo vai rever algumas políticas da gestão passada, como a BR do Mar, que flexibiliza o afretamento de embarcações estrangeiras para serem usadas no transporte de cargas na cabotagem brasileira.
Vamos tentar, da maneira que entendemos ser a correta, aperfeiçoar as legislações que foram aprovadas, em especial a BR do Mar. A gente reconhece que há avanços importantes, mas também há imperfeições que podem ser corrigidas.
Crescimento de 3%
Luis Fernando Resano, diretor-executivo da Abac, que participou de um dos painéis do evento, reforçou que o novo governo precisa definir as regras para a BR do Mar, que precisa de regulamentação. Para ele, isso é crucial para que as empresas possam investir.
Fabrizio Pierdomênico, secretário Nacional de Portos e Transportes Aquaviários, lembrou que há uma preocupação do governo em regulamentar a BR do Mar.
A BR do Mar tem como objetivo trazer navios estrangeiros para a cabotagem. Mas é importante que sejam criados empregos no Brasil, exemplificou Resano.
Segundo ele, no ano passado, o setor de cabotagem, sem a participação do setor de óleo e gás, cresceu 3%:
O governo precisa trabalhar em uma política pública e acreditar nesse modal. As empresas estão prontas para investir.