Seis cientistas engoliram cabeças de Lego para descobrir quanto tempo leva para fazer cocô, entenda
O objetivo do estudo foi alertar os pais de crianças de seis meses a três anos que exploram o mundo colocando objetos estranhos na boca
Tudo em nome da ciência. Seis profissionais de saúde pediátrica aceitaram o desafio de engolir cabeças de bonecos de lego para descobrir quanto tempo eles levariam dentro do sistema digestório humano e seriam evacuados nas fezes. O intuito do estudo foi alertar os pais de crianças que adoram colocar brinquedos pequenos na boca.
Dos seis meses aos três anos de idade, as crianças passam por uma fase inicial de desenvolvimento oral em que exploram o mundo com os orifícios faciais. Uma parte crucial no desenvolvimento de nossos sentidos, mas que tem como efeito colateral engolir objetos estranhos.
Alguns deles, como objetos pontiagudos, podem ser ainda mais problemáticos pois podem perfurar algum órgão e até mesmo necessário fazer uma intervenção cirúrgica. Porém, cabeças de lego, não causam sérios problemas e podem ser resolvidas com uma pequena ida ao banheiro. Porém, quanto tempo elas levam para sair e deixar os pais menos preocupados?
Para participar do estudo, os cientistas ainda precisaram passar por três critérios antes da aprovação. Eles não podiam ter feito cirurgias intestinais anteriores, tinham que ter capacidade de engolir objetos estranhos e não podiam ter aversão a procurar objetos em materiais fecais. Escolhido os seis voluntários,os pesquisadores estabeleceram os hábitos intestinais normais dos participantes usando a pontuação de Dureza e Trânsito das Fezes, também conhecido como pontuação SHAT.
A pontuação foi comparada com os números registrados depois de terem ingerido a cabeça de Lego, dando aos cientistas pontos de dados pré-SHAT e pós-SHAT para análise. Depois de engolidas, os participantes ainda tiveram de vasculhar suas fezes todos os dias na tentativa de encontrar as cabeças, o tempo até o encontro foi chamado de FART.
Resultados
A cabeça de Lego levou cerca de um dia e meio para sair do corpo dos cientistas, com uma pontuação FART variada entre um e três dias. Os pesquisadores também observam que “as mulheres podem ser mais capazes de vasculhar suas fezes do que os homens”, mas que isso “não pode ser validado estatisticamente”. Ou seja, ao menos um voluntário nunca encontrou sua peça.
Se um clínico experiente com doutorado não consegue encontrar objetos adequadamente em suas próprias fezes, parece claro que não devemos esperar que os pais o façam, concluíram, acrescentando que a abordagem tem algumas limitações, mas também algumas vantagens.
Os pesquisadores também afirmaram que é possível que o tempo de trânsito no intestino de uma criança, por ser menor do que a de um adulto, seja mais rápido, mas que não há na literatura médica algum estudo que sugira isso.