Pomadas capilares: Anvisa divulga lista de produtos que poderão ser vendidas; saiba quais são
Agência autoriza a volta de lista restrita de pomadas capilares ao mercado; investigações seguem com foco nos produtos relacionados a ardência nos olhos e ceguei
A Anvisa definiu uma lista de pomadas para trançar, modelar ou fixar cabelos autorizadas a voltar ao mercado. De acordo com a agência, foi mantida a interdição cautelar para os produtos que não estiverem incluídos na lista de produtos autorizados, considerando os relatos de eventos adversos graves relacionados à intoxicação ocular, como ardência nos olhos e cegueira temporária.. A investigação permanece em curso, mas o trabalho técnico já identificou que a maioria que causou os efeitos apresenta altas concentrações da substância Ceteareth-20, então será permitido o retorno ao mercado de parte daqueles que possuem essa substância abaixo da concentração de 20% em suas fórmulas.
Segundo a Anvisa, ainda como decorrência da investigação, foram reavaliados os processos de regularização de vários produtos, o que resultou no cancelamento de mais de 600 processos. “Ademais, foram publicadas medidas de fiscalização para produtos específicos e identificadas as pomadas que possuem concentração de Ceteareth-20 igual ou maior que 20% em suas formulações. Assim, do total de cerca de 2.500 produtos regularizados inicialmente, tem-se, hoje, um total de cerca de 930 produtos passíveis de retorno ao mercado”, publicou a agência.
No comunicado, a Anvisa explica que, desde o início do ano e como parte da investigação, já cancelou a autorização de 635 produtos por motivos como uso de ingrediente não autorizado ou fora do limite, ausência de declaração do responsável técnico da empresa e não apresentação de estudos e testes solicitados.
Entenda
No último dia 10 de fevereiro, a autoridade sanitária brasileira proibiu a comercialização de todas as marcas de pomadas para modelar e trançar os cabelos no Brasil "considerando os relatos de eventos adversos graves relacionados a intoxicação ocular".
A medida, com caráter preventivo, veio após 27 produtos de fabricantes específicas já terem sido suspensos enquanto a agência dava início às investigações sobre diferentes formas de lesão nos olhos, como cegueira temporária e forte ardência da região, consequentes do uso.
"Enquanto a medida estiver em vigor, nenhum lote de qualquer desses produtos pode ser comercializado e não deve ser utilizado por consumidores e profissionais de beleza. Mesmo exemplares adquiridos anteriormente e existentes nas residências ou em salões de beleza não devem ser utilizados neste momento", disse a Anvisa.
Além da perda temporária da visão e da ardência nos olhos, a agência afirma que os relatos envolvem outros efeitos como lacrimejamento intenso, coceira, vermelhidão, inchaço ocular e dor de cabeça. O órgão destaca ainda que, de acordo com as informações disponíveis, as queixas aconteceram principalmente depois de banhos de mar, piscina, ou mesmo de chuva após o uso dos produtos.
Na reunião do dia 17 com as responsáveis pelas marcas, a Anvisa disse contabilizar 780 casos de intoxicação exógena, quando é provocada pelo contato com substâncias químicas, nos olhos, associada ao uso dos produtos.