Despesas públicas

Lula: "Toda vez que discutimos avanço social aparece alguém para dizer que é gasto"

Durante lançamento do programa Novo Mais Médicos, Lula voltou a defender a ampliação de gastos sociais em seu governo

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva - Evaristo Sá/AFP

O presidente Lula voltou a defender a ampliação de gastos sociais em seu governo. Na cerimônia de lançamento do Novo Mais Médicos nesta segunda-feira (20), no Palácio do Planalto, Lula disse que “toda vez que a gente vai discutir avanço social, vai aparecer alguém da área econômica para dizer que é gasto”. A declaração de Lula acontece em meio às discussões dentro do governo sobre a nova regra de controle das despesas públicas, o arcabouço fiscal.

– Você não pode tratar a educação como gasto, você não pode tratar a saúde como um gasto, porque não tem investimento maior do que salvar uma vida. Como você pode colocar a saúde dentro do teto de gastos? – ponderou o presidente durante o discurso.

E continuou:

– O Brasil é especialista nisso. Toda vez que vamos discutir um avanço social, aparece alguém da área econômica para dizer que é gasto, que a gente não tem como gastar. Quanto custou ao Brasil a gente não alfabetizar o povo e fazer a reforma agrária na década de 50? 

Segundo o presidente, o governo investirá R$ 712 milhões no Mais Médicos neste ano. A iniciativa deve beneficiar 96 milhões de brasileiros, sendo o público-alvo moradores de regiões periféricas e interioranas com dificuldade de acesso ao serviço médico.

– O Mais Médicos voltou porque a saúde não pode ser refém do teto de gastos, dos juros altos ou cortes orçamentários em nome de um equilíbrio fiscal. Tudo sobre nós é sempre atrasado por conta do ‘gasto’. Nós precisamos arejar nossa cabeça – destacou Lula.

Os debates sobre o arcabouço fiscal continuam nesta segunda, em reunião da Junta de Execução Orçamentária no fim do dia. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez uma apresentação detalhada da proposta ao presidente numa longa reunião na última sexta-feira.