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Lula diz que novo arcabouço fiscal só será divulgado após sua viagem à China

Equipe econômica queria anunciar regra para as contas públicas antes

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva - Evaristo Sá/AFP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que só deve decidir sobre o novo arcabouço fiscal após retornar de sua viagem à China. Lula disse que não é preciso ter pressa e defendeu que é necessário "discutir mais" o modelo.

— É preciso discutir um pouco mais. A gente não tem que ter a pressa que algumas pessoas do setor financeiro querem — disse em entrevista ao site "Brasil 247".

A expectativa da equipe econômica era que a nova regra fiscal fosse divulgada ainda esta semana, antes de Lula embarcar para a China.

Lula argumentou que o modelo não pode ser anunciado às pressas e que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, precisa estar no país para debater o arcabouço quando este for apresentado:

— Nós embarcamos sábado. O Haddad não pode comunicar uma coisa e sair. Percebe? Seria estranho. Eu anuncio e vou embora. O Haddad tem que anunciar e ficar aqui para debater, para responder, para dar entrevista, para conversar com o sistema financeiro, com a Câmara dos Deputados, com o Senado, com outros ministros, com empresários.
 

Durante a entrevista Lula voltou a criticar a taxa de juros do Banco Central e classificou como irresponsabilidade do órgão manter o índice neste patamar.

Desde que assumiu o presidente Lula tem criticado reiteradamente o presidente do Banco Central devido à taxa de juros. No início do mês, Lula afirmou que Campos Neto deve explicações à sociedade por defender a taxa de juros de 13,75% ao ano. Na semana passada, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou um convite para que o presidente do BC compareça à Casa para falar sobre o tema.

- É irresponsabilidade do Banco Central manter a taxa de juros a 13,75. Só quem gosta é o sistema financeiro- disse Lula em entrevista ao Brasil 247.

O presidente afirmou que Campos Neto não tem compromisso com a lei de autonomia do Banco Central.

- Eu acho um absurdo o juro estar em 13,75. O BNDES está sem recurso para investimento.