Com medidas a curto prazo em pauta, Alepe discute incidentes de tubarão em Pernambuco
Audiência pública está sendo realizada nesta terça-feira (21) com autoridades pernambucanas
Em meio aos recentes incidentes com tubarões nas praias da Região Metropolitana do Recife, a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) realiza, nesta terça-feira (21), por intermédio do deputado Rodrigo Novaes (PSB), uma audiência pública para debater o tema “Ataques de tubarões, soluções, prevenção, causa e consequência para a economia”.
A audiência está aberta ao público e discute como objetivo principal mecanismos para garantir a segurança dos banhistas perante os últimos acontecimentos. Estão reunidos representantes do Governo do Estado e das Prefeituras do Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes, da Universidade Rural (UFRPE), Defensoria Pública, Procuradoria-Geral de Justiça do Ministério Público, Comando-Geral do Corpo de Bombeiros, Ibama e do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit).
Neste primeiro momento o Governo do Estado estuda com 30 sugestões de medidas que devem ser destrinchadas nos próximos dias. Contudo, o foco, de acordo com a secretária Ana Luísa Ferreira, do Cemit, está voltado para três pilares: Educação ambiental, retorno das pesquisas sobre o tema, e o reforço das atividades de monitoramento.
"A educação ambiental é, talvez, a ferramenta mais barata e poderosa que a gente tem em mãos para lidar com essa questão. O retorno das pesquisas para fundamentar essa atuação do poder público com base em ciência também pode ajudar muito, assim como o monitoramento. As ações foram definidas em ações de curto e médio prazo, nossa preocupação é evitar que ocorram novos incidentes amanhã, depois, nos próximos finais de semana", explicou durante a audiência.
O discurso foi reforçado pela coordenadora do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Defesa ao Meio Ambiente, a procuradora Belize Câmara. Ela garantiu que o Ministério Público irá cobrar a funcionalidade das medidas. Contudo, espera que o Cemit possa atuar de forma mais incisiva no combate ao problema.
"Além das medidas de curto e médio prazo, temos que fortalecer a atuação do Cemit, de forma que o órgão possa atuar como integrante de uma política de Estado e não de um governo específico. Que ele possa produzir conhecimentos e ajude os órgãos para tomar as decisões, além da cobrança por parte do Ministério Público", pontuou.
Últimos casos
Há um mês, em 20 de fevereiro, um banhista foi atacado por um tubarão na Praia Del Chifre, em Olinda, e sofreu ferimentos na perna esquerda. No dia 5 de março, outro jovem de 14 anos teve a perna amputada após ser mordido na Praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes.
No dia seguinte, uma adolescente de 15 anos perdeu parte do braço esquerdo enquanto nadava na mesma praia. Segundo dados Cemit já são 77 ataques registrados desde 1992.