IBGE fará ação em PE sobre importância de responder Censo; vagas de emprego dependem do estudo
Quatro é o número máximo de tentativas que podem ser feitas, mas Boa Viagem já tem residência que ultrapassa 20, segundo o presidente interino do órgão federal
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) atuará em todo o Brasil, neste sábado (25), através de uma ação sobre a importância da população responder ao Censo, estudo estatístico que possibilita o recolhimento de informações como o número de homens, mulheres, crianças e idosos por localidade, além de detalhes de como vivem.
Em Pernambuco, o evento será na Associação de Moradores de Jardim Feliz, em Curcurana, no Jaboatão dos Guararapes. No Rio de Janeiro, a iniciativa será conduzida pela Ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet.
Com exclusividade à Folha de Pernambuco, o presidente interino do IBGE, Cimar Azeredo, revelou uma média do percentual que ainda está pendente na pesquisa.
“Mais de três milhões de domicílios já abriram as portas para o IBGE, mas tem uma parcela de cerca de 160 mil domicílios que não responderam. Mais de 150 mil fecharam as portas e disseram que não vão responder”, disse.
A justificativa para as negativas ainda é uma incerteza para o órgão federal. “Estamos em apuração para verificar isso”, acrescentou.
“Fechar a porta” para o IBGE, com base na Lei nº 5.534/1968, pode acarretar multa de até dez salários mínimos. E o dobro desse valor se a negativa for repetida.
De acordo com Azeredo, a maior dificuldade está nos extremos da camada social. “Nas áreas mais altas da população, de extrato de renda mais alto, e também nas áreas de extrato mais baixo, nas comunidades”, afirmou.
Segundo ele, o número máximo de tentativas é quatro, mas o bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, já há residência que ultrapassa 20.
Vagas de emprego e escola dependem do Censo
Sendo a maior fonte de coleta de informação para gestão pública, é através dos dados do Censo que cada localidade tem um número específico para aberturas de vagas de emprego, creche e escola, por exemplo.
“Ele é completo e tem todas as informações, com base em evidência, para todos os gestores públicos. É fundamental, sobretudo para as comunidades. Numa comunidade, sem as informações, você pode dar mais recursos que o necessário e menos para outra que precisa mais. O mesmo serve para matrículas em escolas e vagas de emprego”, explicou.
“Como a Secretaria municipal de trabalho e renda vai administrar uma política sem informação?”, questionou Azeredo.
Reconhecimento do agente
O presidente interino do IBGE também ensinou maneiras de como o morador pode reconhecer um agente durante a visita. Dados como o número do RG ou da matrícula podem ser solicitados antes do fornecimento de respostas.
“Todos estão usando colete do IBGE, onde tem crachá e um QR Code, aí é só o morador apontar a câmera e conferir a foto no site. Pode ligar para o 0800 721 8181 e tirar a dúvida também. Os servidores públicos também usam sempre um smartphone de cor azul”, salientou.
“É importante para a população estar dentro do mapa e fazer parte disso”, finalizou.