Cúpula Ibero-Americana pós-coronavírus tem foco central na economia
Confirmaram presença 14 dos 22 chefes de Estado e de Governo convidados para a reunião em Santo Domingo
Líderes dos 22 países reunidos na Cúpula Ibero-Americana irão buscar, a partir desta sexta (24), na República Dominicana, acordos sobre meios para encarar a crise econômica deixada pela pandemia de Covid-19 e agravada pela invasão russa à Ucrânia.
A América Latina, que enfrenta um 2023 difícil segundo o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), aposta em melhores condições de financiamento e apoio para enfrentar uma crise alimentar que afeta, ao menos, 25% de sua população.
Confirmaram presença 14 dos 22 chefes de Estado e de Governo convidados para a reunião em Santo Domingo, que se encerrará com uma declaração conjunta no sábado (25).
O rei da Espanha, Felipe VI, junto ao chefe de governo espanhol, Pedro Sánchez, já se encontram na capital dominicana, Santo Domingo, assim como outros presidentes como o chileno Gabriel Boric, o uruguaio Luis Lacalle Pou, a hondurenha Xiomara Castro e o português Marcelo Rebelo de Sousa.
O encontro também vai servir de "preparação" para a cúpula de julho entre a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) e a União Europeia (UE), que vai acontecer entre 17 e 18 de julho na Bélgica, avaliou Mariano de Alba, analista internacional da Crisis Group.
"Muitos temas na agenda dessa cúpula Ibero-Americana vão ser os principais da reunião de julho", indicou o especialista à AFP. "Estreitar os laços e a coordenação entre a Europa e a região para abordar três questões: a segurança alimentar, as questões ambientais e a cooperação para o aumento de acesso à tecnologia.
Um tema de destaque será o acesso a financiamento para países pobres.
"É um ponto central", declarou Rubén Silié, vice-ministro dominicano da Política Exterior Multilateral.
Os atuais "são financiamentos que não levam em consideração a situação de crise que nossos países estão vivendo", explicou Silié em uma coletiva de imprensa nessa semana.
Uma das ausências de destaque na cúpula é o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, que não enviou o seu chanceler, mas sim o subsecretário para a América Latina e o Caribe, Maximiliano Reyes.
A decisão, avaliou De Alba, se dá em virtude do mal momento das relações entre Espanha e México, após as denúncias de López Obrador contra empresas espanholas no país, a quem acusou de pagar subornos em troca de contratos no passado, com a cumplicidade de ambos os países.
A organização vai oferecer espaços para reuniões bilaterais à margem da cúpula.
Depois de receber Felipe VI, o presidente dominicano Luis Abidaner vai se reunir com o presidente do Chile, Gabriel Boric. Na quinta (23), o anfitrião assinou acordos de cooperação com o seu homólogo português, Rebelo de Sousa.
São conversas que podem aprofundar assuntos como a migração, que não terá um protagonismo tão grande na cúpula, avaliou De Alba.
"Não esperamos grandes anúncios sobre esse tema", disse o especialista, apesar dos fortes fluxos de migrantes venezuelanos, centro-americanos e mexicanos".