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Acusado por assassinato de presidente haitiano se declara culpado em Miami

O presidente haitiano de 53 anos foi morto a tiros por um grupo de mercenários colombianos em sua residência particular em Porto Príncipe, capital do Haiti

Jovenel Moïse, presidente haitiano morto em julho de 2021 - Valerie Baeriswyl / AFP

O haitiano-chileno Rodolphe Jaar, um dos acusados de participar do assassinato do presidente haitiano Jovenel Moïse, em julho de 2021, se declarou culpado, nesta sexta-feira (24), em Miami, segundo documentos judiciais.

Jaar, de 50 anos, reconheceu ter dado "apoio material e recursos", sabendo que seriam utilizados para sequestrar e matar o mandatário haitiano, de acordo com sua declaração de culpa.

Esse empresário é o primeiro a se declarar culpado entre os 11 acusados nos Estados Unidos de planejar, no sul da Flórida, a morte de Moïse.

O presidente haitiano de 53 anos foi morto a tiros por um grupo de mercenários colombianos em sua residência particular em Porto Príncipe, capital do Haiti, sem a intervenção de seus guarda-costas.

Segundo a acusação, Jaar deu abrigo e armas aos colombianos.

Ao se declarar culpado, esse ex-informante da agência americana anti-drogas se compromete a colaborar com a investigação, com a esperança de ter reduzida sua pena, que pode chegar à prisão perpétua.

O assassinato de Moïse ocorreu pela sede de dinheiro e poder de vários dos acusados nos Estados Unidos, segundo declarou, em 15 de fevereiro, o promotor Markenzy Lapointe em uma coletiva de imprensa em Miami.

Naquele dia, Lapointe também anunciou a prisão de quatro suspeitos, entre eles o venezuelano Antonio Intriago e o colombiano Arcángel Pretel Ortiz.

A investigação americana desvendou que Intriago e Ortiz, gerentes da firma de segurança CTU em Miami, conceberam um plano para sequestrar Moïse e substituí-lo por Christian Sanon, um cidadão americano-haitiano que queria presidir o país caribenho.

Sua motivação era fechar contratos lucrativos em obras de infraestrutura e prover forças de segurança e equipamentos militares a um futuro governo liderado por Sanon, também indiciado nos Estados Unidos.

Após não conseguirem sequestrar Moïse, os mentores do crime teriam decidido assassiná-lo com um comando de 20 colombianos contratado pela CTU.