ISRAEL

Israel tem novo dia de protesto contra reforma judicial

A reforma suscitou críticas dentro e fora do país

Bandeira de israel - Pexels

Milhares de israelenses tomaram as ruas de Tel Aviv neste sábado (25) para protestar novamente contra a reforma judicial do governo, antes de uma semana-chave marcada por outras votações no Legislativo e novas manifestações.

As mobilizações se sucedem a cada semana desde a apresentação, em janeiro, de um projeto de reforma por parte do governo Benjamin Netanyahu, um dos mais à direita da história de Israel, que divide o país.

A reforma busca aumentar o poder do Legislativo sobre o Judiciário, o que, segundo seus opositores, coloca em perigo o caráter democrático do Estado.

"Estamos aqui hoje para nos manifestar e unir nossas vozes [...] às de milhões de israelenses que apoiam os valores sobre os quais este país foi fundado, como a democracia e a tolerância", declarou à AFP Daniel Nisman, de 36 anos, que trabalha no setor tecnológico.

"Cada vez mais israelenses estão acordando [...] Não vamos viver em uma ditadura", considerou Josh Drill, de 26 anos, porta-voz de um dos movimentos de protesto, conhecido como "guarda-chuva".

A reforma suscitou críticas dentro e fora do país. O principal aliado de Israel, Estados Unidos, expressou "preocupação" com a reforma.

Netanyahu, que até agora havia mantido um perfil baixo sobre o tema, anunciou, na quinta-feira, que avançaria com a reforma, mas que faria o possível para "chegar a uma solução" aceitável, tanto para os partidários como para os críticos do projeto.

A Justiça israelense advertiu o primeiro-ministro de que ele não poderia intervir no processo de adoção dessa mudança legislativa, pois isto seria "ilegal", já que ele é réu em um processo de corrupção e não pode atuar em questões que representariam um "conflito de interesse".

Na próxima semana, os parlamentares israelenses devem votar um dos elementos centrais da reforma, a modificação do processo de indicação dos juízes da Suprema Corte.

O texto sofreu alterações ao passar por uma comissão para suavizar o conteúdo e conseguir uma maioria mais ampla, ainda sem o apoio da oposição, que fez ouvidos moucos ao pedido de diálogo lançado por Netanyahu na quinta-feira.