show

Coldplay leva Engenhão a viagem intergaláctica com mensagem sustentável

Banda britânica transmite recado de valorizar o que há de melhor na humanidade e preservar o meio ambiente em show com temática espacial

Coldplay - Mauro Pimentel/AFP

Coldplay transformou o Estádio Nilton Santos, conhecido como Engenhão, no Rio de Janeiro numa nave espacial brilhante durante seu show da turnê mundial Music of the Spheres — tão incrível que dá a sensação de passar na velocidade da luz. A banda britânica começou a série de 11 apresentações no país no último dia 10, em São Paulo, onde realizou um total de seis shows. Em seguida, em Curitiba, ocorreram dois. Por fim, Chris Martin (vocalista), Jonny Buckland (guitarrista), Guy Berryman (baixista) e Will Champion (baterista) passam pela capital fluminense para três eventos, dois neste fim de semana, e o último, nesta terça-feira (28).

Assim como em outras performances, Coldplay demonstrou novamente seu carinho e simpatia com os fãs ao convidar uma jovem para subir ao palco. A fã sentou-se ao lado de Chris Martin enquanto ele tocava piano e cantava "Green eyes". Outros momentos de interação foram marcados por pedidos ao público para cantar alguns trechos baixinho, quase sussurrando, e então explodir a voz em gritos. Ou ainda, quando o vocalista pediu que todos da plateia se abaixassem e de uma só vez levantassem num pulo conjunto.

Em meio ao hit "A sky full of stars", houve uma interrupção de Chris pedindo, de joelhos, que o público não usasse eletrônicos para filmar o restante daquela música. Ele explicou que gostaria de aproveitar com todos o momento como uma família, completando em português: "família carioca".

Coldplay fez um evento encantador aos olhos — marcado por luzes, sejam oriundas das pulseiras entregues ao público ou dos próprios efeitos vindos do palco, com raios de luz sobre a plateia ou pequenos pontos iluminados capazes de transformar a estrutura superior do estádio num céu estrelado. Diante do palco, jatos de fogo subiam aos ares em alguns momentos mais agitados, enquanto fogos de artifício explodiam em situações de maior impacto no decorrer do show. Já em meio ao público, bolas coloridas, como se fossem planetas, enfatizavam a ideia de viagem espacial por trás da turnê.

Também emocionante, um efeito de vídeo no telão ao final de "The Scientist" rebobinava a performance que tinha acabado de acontecer, tal como se ilustrasse a letra: "Ninguém disse que seria fácil, é uma pena nos separarmos. Ninguém disse que seria fácil, mas também ninguém nunca disse que seria tão difícil. Ah, me leve de volta ao começo".

Com seu poder metafórico de transformar o Engenhão numa nave espacial na noite deste domingo para uma viagem por diferentes mundos coloridos, o Coldplay acabou entregando uma mensagem de valorização do planeta, e da própria humanidade, mediante respeito, amor e cuidado. No início da performance, um vídeo com as instituições ajudadas pela banda a partir dos ingressos vendidos, reforça seus valores de apoiar causas ambientais e sociais.

As pulseiras de led, por exemplo, usadas pelos fãs ao longo da turnê, são feitas de materiais compostáveis, à base de plantas. A banda pede que as pessoas devolvam-nas ao final do espetáculo. Em São Paulo, o índice de devolução foi de 85%, um pouco abaixo de Santiago, no Chile, que foi de 86%. Curitiba, por outro lado, obteve 91%. E o Rio, pela contagem do show de sábado, ficou com 87%.

A "volta" da viagem espacial ocorreu de forma gradual, com uma passadinha pela Coreia do Sul ao som de "My universe", música que o Coldplay canta com o grupo BTS — com os sete integrantes aparecendo no telão em seus respectivos versos — e, já na parte do bis, com a presença de Seu Jorge, que cantou "Amiga da minha mulher". Aliás, de tanto praticar português no decorrer de março, Chris Martin também pronunciou algumas palavras no meio da música, marcando o "retorno" ao Rio, e à realidade.